Saúde
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Especialistas reforçam a importância de cuidados básicos para proteger a saúde durante a folia e ressaltam os riscos de infecções comuns nesse período
Com a chegada do Carnaval, o Brasil entra em uma das suas épocas mais vibrantes e intensas do ano. Mas, por trás da festa, está o desafio de cuidar da saúde em um período marcado por aglomerações, noites maldormidas e exposição ao sol. Esses fatores podem comprometer o sistema imunológico e aumentar o risco de contrair doenças virais e infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). Para pacientes em tratamento oncológico, o cuidado deve ser redobrado.
De acordo com a oncologista clínica Luana Tamara Pascuite, da Oncoclínicas Espírito Santo, o Carnaval é um momento importante para reforçar a conscientização sobre a saúde integral. “É fundamental lembrar que infecções virais e bacterianas não apenas comprometem o bem-estar imediato, mas também podem aumentar o risco de desenvolvimento de vários tipos de câncer, como o de colo de útero, faringe e fígado”, alerta a médica.
A prevenção é o melhor caminho para evitar problemas de saúde durante a folia. João Basílio Espíndola de Souza, líder médico nacional de imunomediados da Oncoclínicas&Co, que atua na Imunomed OC Imunologia, reforça que o sistema imunológico é altamente influenciado pela alimentação, descanso e hidratação. “Ficar muitas horas sem dormir e consumir bebidas alcoólicas em excesso pode reduzir a capacidade do organismo de combater infecções”, explica. Ele recomenda priorizar o consumo de alimentos ricos em vitaminas C e E, como frutas cítricas, castanhas e vegetais de folhas verdes, além de beber ao menos dois litros de água por dia.
Outras dicas essenciais incluem:
- Usar protetor solar com fator de proteção adequado;
- Evitar o compartilhamento de copos e talheres, prevenindo doenças como herpes e mononucleose;
- Priorizar roupas leves e confortáveis para evitar superaquecimento;
- Ter álcool em gel disponível para higienização frequente das mãos.
Pacientes em tratamento contra o câncer enfrentam desafios adicionais durante períodos de maior exposição a aglomerações e ao contato social ampliado, como ocorre no Carnaval. A oncologista Luana Tamara Pascuite, da Oncoclínicas Espírito Santo, alerta que o sistema imunológico desses pacientes já está fragilizado em função do próprio tratamento. “Evitar aglomerações e o contato com pessoas que apresentem sintomas gripais é crucial. Além disso, é importante seguir rigorosamente a orientação médica em relação à alimentação e ao uso de medicamentos”, destaca.
ISTs e sua relação com o câncer
Dados do Ministério da Saúde indicam que as infecções sexualmente transmissíveis continuam sendo um problema de saúde pública, especialmente em períodos como o Carnaval, em que a interação social é mais intensa. A infecção pelo HPV (Papilomavírus Humano), por exemplo, é um fator de risco conhecido para o câncer de colo de útero, vulva e pênis.
O uso de preservativos é uma medida eficaz para prevenir ISTs. “Além disso, a vacinação contra o HPV é essencial para reduzir a incidência de cânceres associados ao vírus. A vacina está disponível na rede pública para meninos e meninas, mas também pode ser administrada em adultos sob recomendação médica”, reforça João Basílio.
No Espírito Santo, dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) apontam que o câncer de colo de útero, frequentemente associado à infecção persistente pelo HPV. está entre os cinco mais comuns entre as mulheres, com mais de 150 novos casos[LB1] [CM2] registrados anualmente. Campanhas de prevenção e vacinação têm ganhado força na região, mas é preciso avançar. “Conscientizar a população durante eventos de grande mobilização, como o Carnaval, é uma oportunidade de reforçar a importância do cuidado integral com a saúde”, conclui Luana Pascuite.
Por Christine Mendonça
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