Filmes-cartas serão exibidos em telão de cinema nas comunidades quilombolas capixabas

A programação será aberta no próximo dia 11 de novembro (sexta-feira) | Foto: Divulgação

Está chegando a hora de quatro comunidades quilombolas capixabas trocarem as cartas em forma de filme que escreveram e produziram durante oficinas audiovisuais realizadas pelo Cine Quilombola. Um caminhão preparado para se transformar em cabine de projeção, equipado com um telão de cinema de seis metros de altura por oito metros de largura, além de projetor, sistema de sonorização e 200 cadeiras, percorrerá os territórios para o lançamento dos documentários feitos por moradores das próprias comunidades quilombolas.

O projeto exibirá uma mostra composta pelos filmes inéditos “Do Lado de Cá”, da Comunidade Quilombola de Graúna; “Vamos em Batalha”, das Comunidades Quilombolas de Cacimbinha e Boa Esperança; “Era Caminho Deles”, da Comunidade Quilombola de Pedra Branca; “Ninguém Canta Igual Eu Canto”, da Comunidade Quilombola de Monte Alegre.

A programação será aberta no próximo dia 11 de novembro (sexta-feira), na Comunidade Quilombola de Graúna, em Itapemirim. No dia seguinte, 12 de novembro (sábado), a caravana seguirá para as comunidades Quilombolas de Cacimbinha e Boa Esperança, em Presidente Kennedy. Dois dias depois, em 14 de novembro (segunda-feira), será a vez da Comunidade Quilombola de Pedra Branca, em Vargem Alta, se reunir para assistir aos filmes.

O circuito segue para a Comunidade Quilombola de Monte Alegre, em Cachoeiro de Itapemirim, aonde a sessão será realizada no dia 15 de novembro (terça-feira). As noites de cinema ao ar livre serão integradas ainda por rodas de Caxambu, Capoeira e jongo.

Durante o primeiro semestre deste ano, a equipe do Cine Quilombola visitou as quatro comunidades para propor uma roda de conversa sobre as vivências locais e um experimento de cinema de grupo por meio do qual poderiam observar, contar e registrar em imagens e sons cenas do cotidiano.

Em cada território, moradores de diferentes idades assumiram o desafio e, ao longo de três dias, com câmeras profissionais e celular, identificaram narrativas ligadas aos saberes tradicionais, personalidades, histórias, paisagens, memórias pessoais e coletivas. Cada grupo construiu seu filme-carta para dialogar com outras comunidades por meio de correspondências audiovisuais.

O objetivo é valorizar as identidades, a pluralidade e a diversidade cultural quilombola, por eles mesmos, dando visibilidade aos modos de ser e às práticas tradicionais, promovendo o registro próprio, o intercâmbio de saberes e a difusão do cinema negro quilombola nas comunidades.

A ação foi contemplada pelo edital de Projetos Culturais Setoriais de Audiovisual no Estado do Espírito Santo (009/2020). A realização é do Instituto Marlin Azul, com recursos do Fundo de Cultura do Estado do Espírito Santo (Funcultura), por meio da Secretaria da Cultura (Secult), do Governo do Espírito Santo.

A iniciativa conta com o apoio da Coordenação Nacional de Articulações das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq), da Coordenação Estadual de Comunidades Quilombolas do Espírito Santo e das quatro comunidades envolvidas.

Por Simony Leite Siqueira 


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