Sinfônica do Espírito Santo apresenta composição inspirada no mito do alquimista Hermes Trismegisto

Como solista convidado, a orquestra recebe o violoncelista André Micheletti | Foto: Rodrigo Alves

Inspirada na figura mítica do mestre alquimista Hermes Trismegisto, a obra “Concerto Místico para Cello e Orquestra”, do compositor brasileiro Alexandre Guerra, será apresentada pela Orquestra Sinfônica do Espírito Santo (Oses), nos dias 20 e 21 de março, às 20h, no palco do Sesc Glória, Centro de Vitória. O repertório das duas noites inclui ainda “Sinfonia n.º 5”, de Pyotr Ilyich Tchaikovsky. Como solista convidado, a orquestra recebe o violoncelista André Micheletti, reconhecido por sua excelência musical e como professor na Universidade de São Paulo (USP).

À venda na bilheteria do Sesc Glória e também on-line (para quarta-feira e quinta-feira), os ingressos custam R$ 20 (inteira), R$ 15 (conveniado), R$ 12 (cartão empresário) e R$ 10 (meia-entrada para comerciário ou mediante apresentação de 1kg de alimento não perecível).

Com patrocínio do Instituto Cultural Vale, viabilizado por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, do Ministério da Cultura (MinC), o espetáculo é uma realização é da Cia de Ópera do Espírito Santo (Coes), da Oses e da Secretaria da Cultura (Secult), em parceria com a Fecomércio e Sesc.

O compositor Alexandre Guerra (1971) tem se firmado como um dos principais nomes da música clássica no Brasil, com larga experiência em trilhas para filmes e documentários. O seu “Concerto Místico para Cello e Orquestra” volta-se para a antiguidade, inspirado no mito de Hermes Trimegisto, o primeiro dos alquimistas, que teria vivido no Egito cerca de 15 séculos antes de Cristo. 

“O primeiro movimento, ‘O Mensageiro’, teve como inspiração a própria figura mítica de Hermes, enquanto ‘Polaridade’, segundo movimento, propõe que tudo tem dois polos, e o terceiro movimento, ‘Gênero’, sugere que o feminino e masculino se manifestam em todos os planos”, comenta o compositor.

Alexandre Guerra, compositor de “Concerto Místico para Cello e Orquestra” | Foto: Divulgação

A “Sinfonia n.º 5”, de Pyotr Ilyich Tchaikovsky, foi escrita em 1888 e concebida sob o signo do fatum, ou seja, conforme a submissão ante o destino ou ante a predestinação inelutável da providência. Nela, o compositor utiliza o princípio cíclico, com um mesmo tema, o do destino, que perpassa todos os movimentos. A atmosfera russa é perceptível – Tchaikovsky volta-se ao passado, à música tradicional russa –, porém, em vez de propor citações de motivos ou temas, ele os filtra e os transforma, moldando-os com sua própria linguagem romântica. 

O primeiro movimento se inicia com um tema que sugere, ao mesmo tempo, uma marcha e um coral e oscila entre uma ambiência de incertezas e uma atmosfera leve e plena de lirismo. O segundo movimento apresenta uma longa e inspirada melodia, sendo sucedido pelo terceiro movimento, uma elegante valsa. A obra é concluída com um finale no qual o tema cíclico reaparece totalmente transformado, afirmando-se sob a forma de um imponente coral.

Natural de Piracicaba, São Paulo, André Micheletti formou-se bacharel em Violoncelo pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e tem pós-graduações nos Estados Unidos. Mestre em Violoncelo e Pedagogia do violoncelo pela Northwestern University, em Chicago, sob orientação de Hans Jörgen Jensen, tem ainda duplo doutorado (em Violoncelo e em Violoncelo Barroco), pela Indiana University, sob orientação de Helga Winold, Nigel North e Stanley Ritchie. Também teve aulas particulares e master classes com Janos Starker. Foi bolsista da Capes-Fulbright em seus doutorados.

Por Erika Piskac e Tiago Zanoli


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