Prêmio Benedito Meia Légua será entregue em São Mateus

O Governo do Estado, por meio da Secretaria de Direitos Humanos (SEDH), realiza no próximo dia 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, a entrega do Prêmio Benedito Meia Légua.  A cerimônia será realizada em São Mateus, no norte do Espírito Santo.  O objetivo do Prêmio Benedito Meia Légua é homenagear sete personalidades negras que se destacam ou se destacaram na luta quilombola e na promoção da igualdade racial.

A secretária de Estado de Direitos Humanos, Nara Borgo, destaca a importância da premiação. “O Prêmio oportuniza ao Governo do Estado agradecer e valorizar estas personalidades destacadas pela sociedade civil pelo seu trabalho de promoção da igualdade racial”, afirma.   

Serão premiadas na próxima quarta-feira (20), na categoria Luta Quilombola no Espírito Santo, Wlakimar Bispo Rodrigues, Aurélia da Costa da Silva e Tania Márcia Hora Ferreira; Sidrônio dos Santos (Mestre Sid) e Luciana Souza (Baiana) receberão o prêmio na categoria Luta pela Promoção da Igualdade Racial no Estado; e Zezé Motta foi a selecionada para receber o prêmio na categoria Luta pela Promoção da Igualdade Racial Nacional.  

O líder quilombola Benedito Caravelas, mais conhecido como Benedito Meia Légua, nasceu em 1805, onde hoje é um município de São Mateus, no norte do Espírito Santo. O apelido foi dado por causa das constantes viagens a pé que ele fazia, sobretudo para a região Nordeste do Brasil.

Benedito Caravelas invadia fazendas, quebrava senzalas, organizava fugas e ações em quilombos. Ele tinha como missão de vida libertar pessoas escravizadas. De acordo com registros históricos, um dia ele acabou aprisionado por um capitão do mato, arrastado pelas ruas de São Mateus e tão espancado que foi dado como morto. Seu corpo foi guardado dentro da igreja de São Benedito para ser sepultado, mas no dia seguinte só foram encontradas no local marcas de sangue e pegadas.

A imagem de Benedito Caravelas então passou a ser comparada a de uma figura imortal, pois fugas e rebeliões continuaram ocorrendo para a libertação de pessoas escravizadas e dados históricos dão conta de que foi nesta época que surgiu a expressão: “Mas será o Benedito?”.

Benedito Meia Légua morreu já idoso, por causa de uma traição. Seu esconderijo, dentro do tronco de uma árvore, foi denunciado e ele acabou morrendo queimado enquanto dormia.

Por Simone Diniz


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