Foto: Pexels-Chanaka

O comércio exterior capixaba está em alta: a movimentação total do Espírito Santo aumentou 38,56% em maio, chegando a R$ 13,47 bilhões em negócios. O resultado demonstra uma maior integração do mercado capixaba com o mercado internacional. Já, em comparação a maio de 2024, houve crescimento de 12,95%.

Em maio deste ano, as exportações representaram US$ 911 milhões, com crescimento de 39,9% em relação a abril, com destaque para o minério de ferro. Houve também um aumento de 4,28% quando comparado a maio de 2024 (US$ 873 milhões). Esse resultado indica que ocorreu um aumento da demanda internacional por produtos capixabas.

De modo semelhante, o volume de itens importados também subiu, passando de US$ 1,09 bilhão em abril para US$ 1,5 bilhão em maio deste ano, sobretudo devido à entrada de veículos de passageiros. Esse avanço representa uma alta de 37,71% na comparação mensal e de 18,92% em relação a maio de 2024.

As análises são do Connect Fecomércio-ES (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Espírito Santo), com base nos dados do Comex Stat, sistema oficial para extração das estatísticas do comércio exterior brasileiro de bens.

Para o coordenador de pesquisa do Observatório do Comércio, o Connect Fecomércio-ES, André Spalenza, a alta nas exportações e importações pode ter efeitos positivos na economia capixaba, ao intensificar a movimentação de mercadorias no estado. “Esse dinamismo beneficia tanto os serviços logísticos e de transportes quanto a cadeia de compra e venda de produtos vinculados ao comércio exterior, o que pode levar ao aumento da renda e do trabalho”, ressaltou.

Ao avaliar os parceiros comerciais do Espírito Santo em maio, os principais, tanto na exportação quanto na importação, foram a China (32,61% da corrente de comércio) – responsável por 49,78% das importações capixabas e 4% das exportações – e Estados Unidos (18,71% da corrente de comércio), responsável por 28,21% das exportações capixabas e 12,96% das importações.

Outros parceiros de destaque, entre os 120 países com os quais houve negócios no mês, foram Argentina (7,54%), Malásia (2,86%), Coreia do Sul (2,76%), Alemanha (2,69%), México (2,52%) e Egito (2,13%).

Na exportação, o produto mais enviado para o exterior foi o minério de ferro, que representou 32,08% do total comercializado. O volume exportado cresceu 31,7% em relação a abril, totalizando US$ 292 milhões. Além do minério, também se destacaram cal, cimento e materiais de construção fabricada (12,82%), óleos brutos de petróleo ou de minerais betuminosos, crus (12,43%), produtos semiacabados, lingotes e outras formas primárias de ferro ou aço (11%), café não torrado (9,65%) e celulose (8,41%).

Já na importação, os principais produtos foram veículos e automóveis de passageiros, respondendo por 46% dos valores dessas negociações. As importações desse segmento chegaram US$ 694 milhões, um aumento de 118,39% em relação a abril. Outros destaques foram veículos para transporte de mercadorias e usos especiais (15,6%) e aeronaves e outros equipamentos, incluindo suas partes (7,1%).

Entre os municípios, chamam a atenção, no setor de exportação, Anchieta (20% de participação do total exportado no estado), Vitória (12%) – ambas enviando minérios, escórias e cinzas –, Serra (11%) com ferro fundido, ferro e aço, e Aracruz (8,4%) com pastas de madeira ou de outras matérias fibrosas celulósicas, papel ou cartão para reciclar.

Na importação, as principais cidades foram Cariacica (61,6%), que recebeu veículos automóveis, tratores, ciclos e outros veículos terrestres, suas partes e acessórios, além de Vitória (6,3%) trazendo aeronaves e aparelhos espaciais e suas partes, enquanto Serra (4,4%) importou combustíveis minerais, óleos minerais e produtos da sua destilação, matérias betuminosas e ceras minerais. Já Cariacica (2,4%) trouxe do exterior reatores nucleares, caldeiras, máquinas, aparelhos e instrumentos mecânicos e suas partes.

Em relação ao valor dos produtos capixabas comercializados no exterior, houve uma nova alta: os termos de troca capixabas, que indicam a relação entre os preços de exportação e importação, aumentaram 8% em maio, indicando uma relação positiva do estado com o resto do mundo. No Espírito Santo, o resultado observado na variação mensal foi determinado por uma queda de 8,7% nos preços dos produtos importados.

O estado também se destacou na comparação interanual: sobre maio de 2024, a relação entre os preços dos produtos exportados e importados teve alta de 20,1%, a segunda maior variação do país no período. Para André Spalenza, o crescimento dos termos de troca entre maio de 2024 e 2025 indica que o Espírito Santo está exportando a preços mais altos e importando a preços relativamente mais baixos. Isso sugere uma valorização dos produtos capixabas em relação aos estrangeiros.

“Esses termos são influenciados pela demanda global, custos de produção, taxa de câmbio e acordos de pagamento. Se os preços dos produtos exportados aumentam em relação aos importados, a relação de troca melhora, o que é vantajoso para o exportador. Com o ganho de poder de compra sobre os produtos importados, há o fortalecimento da economia e uma maior competitividade internacional”, detalhou o coordenador do Connect Fecomércio-ES.

Por Kelly Kalle


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