A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) participou na segunda (5), em São Paulo, do “Congresso Brasileiro do Agronegócio”, promovido pela Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) e Brasil Bolsa Balcão (B3).
O tema desta edição foi “Agro: momento decisivo”. O objetivo foi reunir especialistas do setor para debater os gargalos do Brasil, como custos, infraestrutura e logística e a necessidade de mecanismos financeiros eficientes e os impactos disso para a economia brasileira e a produção de alimentos e de biocombustíveis.
O presidente do Instituto CNA, Roberto Brant, foi um dos palestrantes do primeiro painel: Redução do Custo Brasil. Segundo ele, o Brasil enfrenta grandes desafios no que diz respeito aos custos, como a infraestrutura e a logística.
“A nossa infraestrutura é precária e foi concebida para as economias das regiões Sul e Sudeste. No Brasil tudo é muito lento e não temos instrumentos para alavancar o setor privado. Precisamos de soluções para destravar esse gargalo”.
Brant também citou os licenciamentos ambientais como entraves da infraestrutura brasileira. “A hidrovia do Rio Tocantins possui muitos pedrais, como o Pedral do Lourenço, que impedem a navegação o ano todo. Há três anos foi realizado um leilão para o derrocamento desse Pedral e as obras ainda não foram iniciadas devido ao processo de licenciamento ambiental”, lembrou.
Durante sua exposição, o presidente do Instituto CNA afirmou que as limitações ao crédito rural são outro gargalo que com o tempo vão se converter em um alto custo para o setor agropecuário.
“O Brasil não tem um sistema funcional. Os incentivos são mínimos se comparados aos benefícios que o agro devolve ao país. Os produtores rurais precisam ter acesso a novas ferramentas de crédito”.
Brant também mostrou preocupação com as propostas de Reforma Tributária. “Desde a época da Constituição até hoje, a carga tributária aumentou em 10% no Produto Interno Bruto. Não é uma coisa que não tem solução. Mas onerar o setor que mais cresce no país nos últimos anos da noite para o dia com certeza vai desorganizar a primeira fase da produção agropecuária”.
Por fim, Roberto Brant destacou que o destino do setor agropecuário brasileiro é continuar crescendo e expandindo. “É a vocação da economia brasileira. Nós podemos ser a vanguarda da produção de alimentos para o mundo e isso já é o suficiente para nos tornarmos um país rico”.
A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, participou da abertura do evento. Em seu discurso, afirmou que em 10 anos a demanda mundial por alimentos vai aumentar 35% e o Brasil será protagonista nesse cenário. “O país vai ampliar a capacidade de produzir com qualidade e sustentabilidade para matar a fome de mais de 8 bilhões de pessoas ao redor mundo”.
O Congresso também contou com uma palestra sobre o mercado chinês e a produção sustentável do Brasil, homenagem especial ao Programa Educacional Agronegócio na Escola, além de outros dois paineis sobre mecanismos financeiros e pilares para o futuro do Agro.
por Assessoria de Comunicação CNA – Fotos: CNA.