No primeiro dia da Semana Regional do Clima em Salvador, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) defendeu que as ações do setor agropecuário brasileiro para mitigação dos gases de efeito estufa sejam reconhecidas no mercado de carbono.
Segundo o coordenador de Sustentabilidade da Confederação, Nelson Ananias Filho, a ideia é que essas ações (manutenção de reservas legais e áreas de preservação permanente e aplicação de tecnologias de baixa emissão de carbono) sejam valoradas e incentivem os produtores rurais do País a continuarem protegendo e preservando a vegetação nativa.
“O setor agropecuário tem um papel muito importante na redução das emissões brasileiras. Defendemos o mercado desde que sejam reconhecidas as ações já empreendidas, além do reconhecimento do Código Florestal como adicionalidade, da implementação do fundo de US$ 100 bilhões/ano e de mecanismos não mercado (não financeiros),” afirmou.
Filho participou de uma mesa redonda com o setor empresarial onde foram discutidas as ações necessárias para que o negociador brasileiro defenda, durante a Conferência de Mudanças Climáticas (COP25) em dezembro, o artigo 6º do Acordo de Paris.
“O artigo 6º é o único instrumento que engaja o setor produtivo privado nas ações de mitigação do clima. Dentro desse artigo se fala do mercado de carbono, mas ainda existem grandes lacunas a serem discutidas como a metodologia de contagem do carbono que ainda não está definida”, observou.
Nelson Filho defendeu que todas as ações promovidas pelo País entrem nas negociações e sejam levadas em consideração na conferência internacional do clima, “para que se mantenha a disponibilidade da atividade agropecuária brasileira no alcance das metas nacionais como um todo”.
Na terça (20), as discussões sobre o mercado de carbono e as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) do Brasil continuam em Salvador.
Com informações da Assessoria de Comunicação CNA.