O presidente da Comissão de Meio Ambiente (CMA), senador Fabiano Contarato (Rede-ES), vai protocolar uma ação popular na Justiça Federal para que a União seja obrigada a aceitar a doação do G7 de US$ 22 milhões para a Amazônia. O anúncio foi feito na abertura da reunião da comissão, na tarde desta quarta-feira (28).
Conatarato pediu uma reflexão sobre a situação da região amazônica. Com base em algumas matérias veiculadas pela imprensa, ele relatou que um grupo de Whatsapp, com cerca de 80 integrantes, foi usado para a organização do Dia do Fogo — como ficou conhecida a série de queimadas no Pará no último dia 10. Segundo o senador, fazem parte do grupo proprietários de lojas e donos de fazendas da região. Uma pessoa que participou do Dia do Fogo chegou a falar que “faltou gente para o serviço”.
Conforme divulgado pela Rede Globo, o governo foi alertado sobre o Dia do Fogo. O Ministério Público do Pará comunicou o fato ao Ibama de Santarém. Segundo a denúncia, os integrantes do grupo do Whatsapp disseram que “era preciso mostrar para o presidente que queremos trabalhar”. Por isso, fizeram as queimadas. Outras ações do tipo também estariam previstas.
O senador criticou o enfraquecimento do Ibama e registrou que várias unidades do órgão estão sendo fechadas, entre elas, as de Parintins e Humaitá, municípios do Amazonas. Contarato também citou a denúncia da atuação de mineradores e produtores rurais em reservas indígenas, e ainda registrou que ao menos 80 marcas internacionais anunciaram a interrupção de compra de produtos brasileiros como protesto pelas queimadas na Amazônia.
— A conclusão é que nós não podemos ficar submetidos aos caprichos do presidente da República. Essa postura coloca fogo nas matas, prejudica a economia brasileira e certamente vai aumentar o número de desempregados — declarou.
Prêmio Chico Mendes
Na mesma reunião, Contarato anunciou que vai apresentar um projeto de resolução para que o Senado institua o Prêmio Chico Mendes para matérias jornalísticas relacionadas à questão ambiental. A ideia, segundo o senador, é premiar três matérias por ano, em sessão especial no Senado.
Fonte: Agência Senado.