A Secretaria de Estado da Cultura do Espírito Santo, lançou ontem o programa Cultura Conecta Ao Vivo, com exibição na TVE, nas redes sociais e no Canal Futura. O programa, apresentado num formato bate-papo com mediação da filósofa Viviane Mosé, é um desdobramento dos Laboratórios de Inovação Cidadã, o Lab Conecta.
A primeira edição do Ao Vivo trouxe a estrategista social Priscila Gama e o músico e produtor Alemberg Quindins num debate sobre cultura e ação. Nos 90 minutos de conversa ao vivo, Viviane Mosé pediu que os dois contassem de suas trajetórias, destacando que pessoas comuns podem realizar grandes feitos.
Priscila contou como fez para planejar sua presença e ocupar espaços, organizando eventos e combatendo o racismo com alegria. “A gente vai fazendo coisas e vai curando dores”, narrou. Priscila ainda ressaltou a importância do coletivo a partir de sua experiência como CEO do Instituto das Pretas, um laboratório de inovação em tecnologia de impacto social focado em empoderamento e potencialização de mulheres negras.
“Não quero ser a negra única. É chato, é doloroso, é engessado”, salientou. Para ela, é importante que cada vez mais mulheres negras se empoderem e ocupem os espaços que quiserem. Priscila justifica que a ideia de uma mulher negra sendo referência de sucesso aparece como uma peça substituível, então é preciso que apareçam cada vez mais mulheres negras nos espaços de referência.
Alemberg Quindins arrancou risos da plateia logo no começo de sua fala, elogiando a moqueca capixaba para introduzir sua história. Quindins contou sua experiência com arte educação no projeto Fundação Casa Grande – Memorial do Homem Kariri. Na fundação, as crianças assumem papéis de gestão enquanto brincam.
Os presentes puderam fazer perguntas para os convidados, que também participaram de tarde do primeiro encontro do Laboratório.
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Laboratório de Inovação Cidadã
Começou, na tarde desta terça-feira (29), a série de encontros temáticos do Lab Conecta. Com foco na troca de experiências, articulação e envolvimento entre coletivos culturais, grupos artísticos e artistas individuais, o primeiro encontro da série reuniu trinta projetos com uma enorme diversidade: do hip hop ao cinema, da moda ao agroativismo, da arte contemporânea a capoeira.
“O Laboratório de Inovação Cidadã terá uma metodologia de troca aberta. É um momento para a gente olhar no olho, falar das nossas angústias e desejos e ir tecendo uma rede”, afirma o Secretário da Cultura, Fabricio Noronha.
A embaixadora do Lab Conecta, Viviane Mosé, terá o trabalho de orquestrar os coletivos e valorizar o saber fazer de cada um. Ela destaca a importância de cada integrante de um grupo ou organização cultural realizar o trabalho que já faz e assim continuar. “É possível fortalecer as lutas sem transformar, sem mudar, fazendo com que as lutas se encontrem, articulando uma com as outras”, afirma.
Para Mosé, os trinta trabalhos que fazem parte do Lab Conecta, quando se encontram uns com os outros, podem gerar poderosas conexões. “As redes só têm valor se são orgânicas. Que esse primeiro grupo seja uma base e que daqui eles saiam mais fortes, trazendo e incentivando outras pessoas”, completa.
Por Aline Dias / Danilo Ferraz / Erika Piskac.