Economia | ES
Os dados fazem parte da 7ª edição do Anuário da Indústria do Petróleo e Gás Natural no ES, que traz ainda informações sobre a importância do insumo no processo de transição da matriz energética
A produção de gás natural no Espírito Santo deve crescer 5,2% ao ano até 2028. Com isso, o Estado sairá dos atuais 4,2 milhões de metros cúbicos por dia para, em 2028, alcançar 5,5 milhões de metros cúbicos/dia do insumo. Os dados fazem parte da 7ª edição do Anuário da Indústria do Petróleo e Gás Natural no ES, lançado na segunda-feira (22/04), no Palácio Anchieta, em Vitória.
O documento, produzido pelo Observatório da Indústria da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), reúne os mais importantes dados e análises do setor no Estado e no Brasil, além de apresentar projeções de investimentos e da produção de óleo e gás até 2028.
A presidente da Findes, Cris Samorini, aponta que o crescimento da produção de petróleo e gás também acompanhará o desenvolvimento de 12 projetos já mapeados no Espírito Santo, envolvendo principalmente as empresas BW Energy, Petrobras, Prio e Seacrest Petróleo.
Em sua fala durante a abertura do evento, a presidente da Federação reforçou a importância do gás natural para a economia capixaba e lembrou que: “Quando o Anuário do ano passado foi lançado, em um horizonte de cinco anos, ou seja, até 2027, estavam previstos quase R$ 9 bilhões em investimentos anunciados pelo setor. Já, neste ano, até 2028, esse montante passou para quase R$ 37 bilhões”.
De acordo com a industrial isso demonstra o quanto o Espírito Santo é estratégico para as empresas do setor e o quanto elas têm tido um olhar para o Estado na hora de estruturar os projetos e os investimentos. Ela aponta como exemplo do interesse das companhias os resultados conquistados ao longo de 2023.
“A produção de gás natural onshore (em terra)no Espírito Santo mais que dobrou. Novas empresas, inclusive de pequeno e médio porte, estão entrando no mercado capixaba de petróleo e gás, o que fortalece a atividade terrestre e amplia oportunidades para a cadeia de fornecedores e para a geração de emprego e renda. E, esse desenvolvimento da produção em terra é reflexo da atuação da Federação e do Fórum Capixaba de Petróleo, Gás e Energia, junto ao setor e ao Poder Público”, apontou.
Regulamentação do mercado de gás canalizado no ES
Para a presidente da Findes, Cris Samorini, o “gás natural é de extrema relevância para as indústrias capixabas e é, sem dúvida, um insumo essencial neste momento de neoindustrialização do país e de descarbonização da economia”.
A industrial destacou ainda, durante a abertura do lançamento do Anuário da Indústria de Petróleo e Gás no ES, a necessidade de o Espírito Santo ser novamente pioneiro no setor de gás natural, desta vez, com a regulamentação da Lei Estadual do Mercado Livre do Gás Canalizado, que foi aprovada no final de 2020. O tema tem mobilizado a Federação e outros atores.
“Trabalhamos em conjunto com o Fórum Capixaba de Petróleo, Gás e Energia para tornar o gás natural mais acessível e com custo mais competitivo para as indústrias capixabas. E, a regulamentação é fundamental para que isso aconteça. Assim, conseguiremos criar um melhor ambiente de negócios para todo o mercado e para as empresas se desenvolverem. O gás natural é um insumo fundamental para o processo de descabonização”, enfatizou Cris.
Em sua fala, o governador do Estado, Renato Casagrande, também abordou o tema e reforçou a tarefa que o Governo do Estado tem de estimular um bom ambiente de negócios para as empresas fazerem investimentos e gerarem novos negócios, enquanto o Estado realiza investimentos que cabem ao poder público.
“Temos, por exemplo, um nível de regulamentação que depende de nós. Na área do gás, temos uma lei moderna aprovada em meu governo anterior e que nos deu oportunidade de dar um passo adiante. Anunciamos recentemente o investimento em biometamo. É nosso papel aproveitar bem os recursos do petróleo. Nossa visão é maximizar essa riqueza para fazer a transição energética. Exemplos disso são os recursos que temos do petróleo aplicados no Reflorestar, no Fundo da Defesa Civil e no Fundo Soberano”, concluiu o governador.
Por Siumara Gonçalves
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