Complexo Jesuítico de Reis Magos, em Nova Almeida, agora Centro de Interpretação, é entregue totalmente restaurado e readequado

Fotos: Gabriel Lordelo

A Igreja dos Reis Magos, em Nova Almeida, Serra, e seu anexo, a antiga residência dos Jesuítas, bens culturais importantes do Espírito Santo, ganharam projeto de restauro e readequação, tornando-se um dos únicos monumentos capixabas remanescentes do século XVII a serem usados como espaço cultural, turístico e devocional. Tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), está entre os principais símbolos da presença jesuíta no Brasil.

A obra representa um investimento de R$ 10 milhões, com patrocínios do Instituto Cultural Vale, do BNDES e da EDP, além de apoio da Biancogres, todos através da Lei Federal de Incentivo à Cultura e do edital Resgatando a História, do BNDES.

Com duração de dois anos, o projeto de restauro foi baseado em estudos históricos, arquitetônicos e arqueológicos. O monumento, antiga missão Jesuítica, recebeu novo uso com a implantação de um museu interpretativo, além de restauros das imagens, paredes, quadro, esquadrias, piso e madeiramentos do telhado.

O projeto incluiu, ainda, café, loja, acervo de artistas capixabas, galeria para exposições temporárias, ações educativas e capacitação dos artesões para produção dos produtos para a loja. Passou a contar, também, com acessibilidade, placas de sinalização e conteúdos traduzidos para inglês e espanhol. O trabalho de museologia e expografia deixou-o interpretativo, com papel educativo e de entretenimento.

Planejado para dar ao monumento uma linguagem nova e mais comunicativa, o Centro de Interpretação Aldeia de Reis Magos permitirá ao público conhecer melhor a história dos jesuítas no Espírito Santo e suas missões pelo Brasil. A igreja se tornou uma verdadeira imersão histórica e de fé, com descobertas artísticas da época da missão e novo mobiliário litúrgico.

A solenidade de inauguração das obras de restauro e readequação do Centro de Interpretação Aldeia de Reis Magos, no dia 26 de junho, contará com a presença de autoridades, convidados, imprensa e pessoas da comunidade. Todos os principais atores envolvidos destacaram a importância do projeto para a história e a cultura capixabas.

O Prefeito da Serra, Sérgio Vidigal, destacou a entrega à população da Serra desse importante equipamento que faz parte da identidade da nossa cidade. “O Centro de Interpretação na Aldeia dos Reis Magos vai contar a verdadeira história da Igreja, localizada em Nova Almeida, e do circuito jesuítico do nosso país, que passa por aqui. Para nós, serranos, é uma alegria muito grande ter na Serra um instrumento rico em história, arte e cultura, sendo este uma peça fundamental que eleva a nossa qualificação e representatividade no turismo histórico religioso”.

A presidente do Instituto Modus Vivendi e responsável pelo trabalho de restauro dos monumentos, Erika Kunkel, destacou que o Centro de Interpretação Aldeia de Reis Magos, com sua riqueza arquitetônica e conteúdo histórico, promete encantar e surpreender os visitantes. “Este investimento trará resultados muito positivos para o município da Serra e para o Espírito Santo, atraindo um número ainda maior de fiéis e turistas interessados na historiografia da localidade”. Segundo Erika, o projeto transformará a história da região, gerando um efeito exponencial na visitação e no desenvolvimento local, ao valorizar a identidade cultural, a fé e as memórias de São José de Anchieta.

A diretora da Área Socioambiental do BNDES, Tereza Campello, afirmou que o projeto de restauro e readequação do Centro de Interpretação Aldeia de Reis Magos, selecionado pelo BNDES no Edital Resgatando a História, evidencia a memória da passagem dos jesuítas no Estado do Espírito Santo, unindo uma criteriosa pesquisa histórica e valorização da relação com a comunidade e com artistas capixabas. “É um equipamento cultural com linguagem moderna e atento à sustentabilidade financeira, que consolida o roteiro turístico ligado ao Museu do Santuário Padre Anchieta, também apoiado pelo BNDES. Ao mesmo tempo em que valoriza o patrimônio cultural brasileiro, demonstra o potencial de contribuição da atividade turística na economia do Estado”, reforçou.

O diretor de ESG da EDP na América do Sul, Dominic Schmal, reforçou o orgulho de contribuir com a restauração de mais um patrimônio cultural do Espírito Santo, em parceria com o BNDES. “Reformar e inaugurar essas instalações icônicas, como é o caso da Igreja dos Reis Magos e da antiga residência dos Jesuítas, é uma maneira de resgatar e preservar a história, permitindo que a sociedade conheça e entenda suas raízes. São iniciativas que reforçam o compromisso da EDP com a transformação da sociedade por meio da educação, arte e cultura”, afirmou.

Para o diretor-presidente do Instituto Cultural Vale, Hugo Barreto, investir na valorização do patrimônio histórico, material e imaterial, é preservar memórias, fortalecer identidades e contribuir para a educação. “O restauro do conjunto arquitetônico dos Reis Magos é uma iniciativa que se conecta à atuação do Instituto Cultural Vale e da Vale para o fortalecimento da cultura do Espírito Santo, ao aproximar a história capixaba das novas gerações, promover atividades de formação, dialogar com artistas locais e, assim, potencializar o desenvolvimento sociocultural”, destaca.

O presidente do Iphan, Leandro Grass, explica que a Igreja e Residência dos Reis Magos, tombadas pelo Iphan em 1943, são patrimônio da União e um dos bens culturais mais importantes do Espírito Santo. “Com recursos da Lei de Incentivo à Cultura, o restauro do bem e a implantação do Centro de Interpretação da Aldeia de Reis Magos tiveram projetos acompanhados pelo Iphan, que hoje celebra esta entrega tão importante para a preservação da nossa cultura”, reforça.

Por Bruna Littig


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