Cultura | ES
O evento acontece no República da Barra Bistrô, a partir das 12 horas
Neste domingo (07), a Barra do Jucu, em Vila Velha, região metropolitana do Espírito Santo, se torna a capital capixaba do chorinho. A comunidade encerra o projeto Chora Barra que, por sete meses, promoveu a formação musical de mais de 40 alunos, além de shows e resgatou a memória do mestre do chorinho capixaba Francisco Firme, o Seu Chiquinho.
Para comemorar o sucesso do projeto, que mobilizou a comunidade desde dezembro de 2023, o Museu Vivo da Barra do Jucu, preparou uma programação especial, com almoço beneficente, apresentações musicais, show do grupo Fabio Pinel Quarteto, videoclipes e documentários. O evento acontece no República da Barra Bistrô, a partir das 12 horas.
“Constatamos que há muito espaço e público disposto a aprender e a apreciar este estilo musical, com uma frequência permanente nas oficinas e apresentações do projeto. Um legado de Seu Chiquinho, um mestre popular que, por mais de 40 anos, encantou o público com seu chorinho melodioso”, explica o coordenador do projeto, Ricardo Vereza.
Programação
A programação começa ao meio-dia com um almoço beneficente para manutenção das atividades do Museu Vivo. O prato tem o cheiro do mar da Barra do Jucu, o bobó de camarão e será vendido a R$ 30,00.
Logo depois, às 14 horas, acontece a apresentação musical dos alunos e professores do Chora Barra, que por quatro meses, estudaram pandeiro, cavaquinho e violão. Eles prometem surpreender o público, tocando músicas como “Brasileirinho” de Waldir Azevedo, um dos mais tradicionais do Brasil, e “Emboladinha”, de Seu Chiquinho.
Às 15 horas, acontece o show do grupo musical ‘Fabio Pinel Quarteto’, uma formação que mistura os ritmos do chorinho e do samba, resultando numa apresentação musical que encanta o público. Em seguida, o Museu Vivo apresenta o videoclipe “Incendeia”, da professora e aluna de cavaquinho do projeto Júlia Almeida, o audiovisual Memorial de Seu Chiquinho e o Inventário do Congo da Barra do Jucu.
Grupo ‘Fabio Pinel Quarteto’
O músico Fabio Pinel é mineiro e radicado no Espírito Santo desde 2009. Aprendeu a gostar de samba e chorinho nas rodas musicais desde muito pequeno, levado pelo pai Aladim Pinel, e que o presenteou com um cavaquinho quando tinha apenas seis anos.
Desde então, a paixão pela música acompanha o cantor e compositor que, em 2020, lançou seu primeiro CD “O Dom de Cantar”. Também atua na Orquesta Pop Jazz do Ifes e marca presença no circuito de bares da Grande Vitória. O grupo “Fabio Pinel Quarteto’ é formado ainda por Edu Szajnbrun, no pandeiro; Bruno Parmejani, no cavaco; e Josué Lopes, no Violão sete cordas.
Projeto Chora Barra
O evento de encerramento do projeto é parte do Projeto “Encontro, Memória de Seu Chiquinho e FORMAÇÃO de Chorinho da barra do Jucu – CHORA BARRA”. É executado pelo Museu Vivo da Barra do Jucu e foi aprovado no Edital 013/22 do Fundo Estadual de Cultura (Funcultura), com o apoio do Governo do Estado, por meio da Secretaria da Cultura (Secut).
O projeto promoveu a formação musical em três instrumentos que compõem o Chorinho que são o violão, o cavaquinho e o pandeiro. Foram oficinas para a iniciação neste estilo musical que tiveram início em fevereiro.
Também foi feito o resgate da memória de um dos músicos mais importantes do Choro no Espírito Santo, Francisco Firme, o Seu Chiquinho. Na Barra do Jucu, onde morou por muitos anos, tocou desde os anos 50. Criou um ritmo próprio de Choro batizado de “Emboladinha”. Foi reconhecido por muitos movimentos musicais e recebeu inúmeras homenagens, entre elas do Circuito Nacional do Choro em 2009.
Museu Vivo
O Museu Vivo da Barra do Jucu tem como lema “Saberes Populares Caminhos do Amanhã”. É uma organização cultural, sem fins lucrativos, criada em 2015 para preservar e incentivar as tradições culturais da comunidade.
“E agora executamos projeto Chora Barra, que nos animou muito. Queremos ver a Barra voltar aos bons tempos do chorinho de Seu Chiquinho que deixou saudades em todos aqui. Temos muito talentos musicais e temos certeza que o chorinho está encontrando terreno fértil por aqui”, destaca Ricardo Vereza.
A Barra do Jucu tem uma forte tradição de Congo, mas o Chorinho marcou muito a comunidade por meio de Seu Chiquinho, que tocava nos carnavais, bares e principais eventos da cidade. “Nosso objetivo ao apresentar o projeto foi de resgatar a memória de grande tocador, Seu Chiquinho, mas também valorizar a diversidade cultural e musical da comunidade, além de eternizar o estilo musical do chorinho”, frisou Ricardo Vereza.
Por Ricardo Vereza e Tati Beling
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