Campo Futuro analisa produção de eucalipto, tilápia, mandioca, cana, borracha natural, suínos e grãos

Fotos: CNA

Esta semana o projeto Campo Futuro levantou os custos de produção da mandioca (MS), tilápia (PR), borracha natural (GO), cana-de-açúcar (SP), suínos (PR), eucalipto (MS) e grãos (PR).

As análises foram realizadas em parceria com as federações de agricultura e pecuária estaduais, sindicatos rurais e institutos de pesquisa e contaram com a participação de produtores rurais e técnicos.

Veja abaixo o resultado por cultura:

O painel foi realizado na cidade de Goianésia (GO) em uma propriedade modal de 70 hectares de produção. A produtividade média local é de 3.300 kg de coágulo/ha/ano, com ciclo de produção de 50 anos, sendo que a sangria inicia no oitavo ano. Parte das operações são realizadas de forma terceirizada e parte própria. Na região, um dos principais itens que oneram a atividade é o administrativo, sendo que o maior peso é a folha de pagamento.

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O levantamento do projeto aconteceu em Bebedouro (SP) em uma propriedade de 150 hectares e produtividade média de 78 toneladas por hectare (apresentando leve queda em relação ao último ciclo), com qualidade de matéria-prima se mantendo em 138 quilogramas de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) por tonelada de cana e seis cortes por ciclo produtivo.

De acordo com os dados, o índice de plantio mecanizado vem aumentando, correspondendo a 30% do total. Já a colheita é realizada de forma 100% mecanizada. A região apresenta bons resultados de margem e lucro na atividade.

O Campo Futuro analisou as culturas da soja, milho e trigo nos municípios de Tibagi, Cascavel, Guarapuava e Londrina, no Paraná.

Em Tibagi, o clima seco impactou na produtividade da soja, que fechou com média de produtividade de 55 sacas/ha, dez sacas a menos que o planejado. Já o milho 1ª safra se desenvolveu dentro do esperado, colhendo em média 166 sacas/ha.

Encontro em Tibagi.

Segundo o levantamento, mesmo com as produtividades ainda dentro de uma média histórica, os preços recebidos impactaram negativamente na margem bruta dos produtores.

Em Guarapuava, região de alta tecnologia, os produtores colheram em média 70 sacas/ha de soja, 183 sacas/ha de milho primeira safra (-4%) e 45 sacas/ha de trigo (-29%). Os desembolsos com fungicidas na soja aumentaram 50%, enquanto para o grupo de inseticidas no milho o aumento foi de 42%.

Painel em Cascavel.

Em Cascavel, o clima quente e seco também foi determinante para as baixas produtividades. Para o milho 2ª safra, a produtividade média foi de 103 sacas/ha, redução de 20 sacas em relação ao último levantamento. Para o trigo, essa redução foi de 23 sacas/ha, fechando com média de 33 sacas/ha. Problemas pontuais também afetaram a soja, que fechou com média de 64 sacas/ha. Os desembolsos com inseticidas no milho devido às altas infestações com cigarrinha-do-milho aumentaram 43%.

Reunião com produtores em Londrina.

Em Londrina, a produtividade média para a soja foi de 45 sacas/ha contra 65 sacas/ha no ciclo anterior. Para o milho 2ª safra, a quebra foi de 10 sacas, colhendo em média 80 sacas/ha. Para o trigo, a média do painel foi de 37 sacas/ha, redução de 12 sacas/ha.

O painel analisou os custos de produção de mandioca destinada ao consumo de mesa, em Sidrolândia (MS). A propriedade modal da região é de um hectare cultivado e mão-de-obra familiar, com predominância das variedades Paranazinho e IAC.

O levantamento indicou que na região é comum a instalação de pequenas agroindústrias na propriedade, onde é realizada a seleção, lavagem, retirada da casca, corte e acondicionamento em embalagens de um quilo para comercialização.

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O painel levantou os custos e os indicadores econômicos do produto comercializado em casca, em que não há custos com a agroindústria, e da mandioca beneficiada.

Os produtores ouvidos relataram bom escoamento de mercado, porém, com desafios produtivos, em especial atrelados aos períodos de estiagem e a maior ocorrência de pragas, dentre elas, a moça-branca.

Durante o painel, houve visitas a campo para os técnicos observarem as práticas realizadas, com identificação de grande escalonamento de plantio, visando à oferta contínua de produto no mercado.

O projeto levantou os custos de produção da tilápia em Toledo, Palotina e Londrina (PR), estado que lidera o cultivo de tilápias no Brasil. Segundo o levantamento, os modais que representam as propriedades dessas regiões são caracterizadas pela produção em viveiros escavados com média de 0,50ha de lâmina d’água cada.

Toledo.

A produção anual tem duração de aproximadamente 300 dias, ou seja 1,1 ciclos por ano, com produtividade média de 92,61 toneladas. O item de maior impacto no Custo Operacional Efetivo (COE) foi a ração, sendo responsável por 60,2% dos desembolsos realizados pelos produtores independentes com a atividade.

As despesas administrativas foram responsáveis por 15% do COE, os custos com energia elétrica contribuíram para a elevação desse percentual. Os resultados econômicos foram positivos para os produtores da região, porém as margens foram apertadas.

A cidade de Palotina tem como característica a presença de pequenos produtores integrados às cooperativas/integradoras, onde é realizado um contrato entre a empresa e o produtor.

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A propriedade modal nesse sistema de produção possui 3,3ha em lâmina d’água, garantindo a despesca com produtividade média de 195,70 toneladas de tilápias ao final de 300 dias de ciclo produtivo em quatro viveiros escavados com área de 0,83ha cada.

Os maiores impactos para os produtores nesse sistema de produção foram despesas com administrativo, mão-de-obra e maquinário, responsáveis por 64%, 25% e 8% dos custos operacionais.

Em Londrina, a propriedade modal característica tem 40ha de área total e os produtores geralmente produzem grãos e atuam na piscicultura produzindo tilápia em uma área de 2,0ha de lâmina d’água em viveiros escavados de 0,25ha cada.

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O ciclo de produção tem em média 240 dias, ou seja, há a despesca de peixes 1,52 vezes/ano. Nessa propriedade são despescados 81 toneladas de tilápias com 900g cada comercializadas para os frigoríficos regionais.

Os produtores possuem um desembolso maior com ração e a compra de animais juvenis de 3 gramas para alojamento, responsáveis por 65% e 9% do custo operacional. O resultado econômico final da atividade foi positivo para os produtores, mas demonstra margens estreitas.

Na cidade de Amambai (MS), o projeto analisou a produção de eucalipto, com propriedade modal de 300 hectares de produção e Incremento Médio Anual (IMA) de 37 m3/ha/ano, com corte raso aos sete anos. Na região, a madeira é destinada à energia e um dos principais itens que pesam o custo de produção da atividade é o administrativo.

Na cadeia produtiva, o painel levantou os custos de produção de uma propriedade modal de suinocultura independente em Patos de Minas (MG), com mil matrizes. Os resultados ainda estão em processo de análise e serão divulgados posteriormente.

Da Redação | Com informações da Assessoria de Comunicação CNA


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