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Além das atrações nos teatros, o Festival segue com suas iniciativas de acessibilidade e inclusão
Em seu décimo segundo ano de realização e com patrocínio master da Shell, a 12º edição do Festival de Música Erudita do Espírito Santo consolida o Núcleo de Criação de Ópera, com a estreia de “Clitemnestra”, ampliando a oferta de bolsas do programa de formação Vitória Ópera Estúdio, além de voltar a contar com a colaboração de artistas estrangeiros. Os espetáculos e concertos acontecem de 08 a 30 de novembro no Teatro Sesc Glória e na Casa da Música Sônia Cabral, com presença de público e transmissão ao vivo pelo YouTube.
Além das atrações nos teatros, o Festival segue com suas iniciativas de acessibilidade e inclusão, com os projetos Ópera nos Bairros e Concertos Itinerantes em comunidades tradicionais e espaços públicos da Grande Vitória.
Com patrocínio master da Shell pelo segundo ano consecutivo, por meio da Lei de Incentivo à Cultura e sob o título “Arenas do Íntimo”, o 12º Festival de Música do Espírito Santo volta-se, mais uma vez, para questões importantes de nossos tempos e se propõe a refletir sobre as relações entre intimidade, sociedade em rede, comunicação e dinâmicas de poder.
Dirigido por Tarcísio Santório e Natércia Lopes, e com a direção artística de Livia Sabag, o Festival apresenta, ao longo do ano, uma série de iniciativas que promovem e fomentam a criação e a experimentação artística, formação e especialização de profissionais, acessibilidade cultural e inclusão social, e a divulgação e circulação de espetáculos.
A 12ª edição será aberta pela estreia de Clitemnestra, ópera inspirada na Orestéia de Ésquilo, com música de Marcus Siqueira, libreto de Sabag e de João Luiz Sampaio, e colaboração de Gabriel Rhein-Schirato, que atua também como assessor musical do Festival e estará à frente da Orquestra Sinfônica do Espírito Santo (Oses) na regência do espetáculo.
“O Festival de Música Erudita do Espírito Santo traz consigo um conjunto de iniciativas que fomentam a continuidade e a renovação da ópera no Brasil e estão alinhados com um de nossos objetivos, por meio de patrocínios culturais, que é a manutenção e perpetuação da nossa história por meio da cultura. Nós, da Shell, ficamos felizes na renovação dessa parceria”, comenta Alexandra Siqueira, gerente de Comunicação Externa e Marca da Shell Brasil.
Esta nova estreia marca a consolidação do Núcleo de Criação de Ópera do Festival, que promove a criação de novas óperas brasileiras a partir de processos de trabalho colaborativos que envolvem artistas da casa e artistas convidados a cada edição.
Com récitas em 08 e 10 de novembro, a direção cênica é de Menelick de Carvalho, a preparação vocal de Fabio Bezuti, e o elenco é formado pelas sopranos Gabriela Pace e Débora Faustino, o baixo-barítono Felipe Oliveira, o tenor Daniel Umbelino e a mezzo-soprano Priscila Aquino. O enredo gira em torno da rainha Clitemnestra e sua trajetória pessoal e política após o assassinato de Ifigênia, sua filha, pelo próprio pai Agamênon, comandante do exército grego na guerra de Tróia.
João Luiz Sampaio assina também a curadoria de cinco concertos de câmara a serem apresentados na Casa da Música Sônia Cabral, que abordarão, entre outros temas, a relação entre o indivíduo e o coletivo, a escuta e a percepção de nós mesmos e dos outros em espaços de interação social, comunicação e novas tecnologias e identidades.
Mantendo as diretrizes das edições anteriores, o repertório dos concertos tem uma forte presença de obras de compositoras e de repertórios pouco conhecidos do público, especialmente dos séculos XX e XXI.
No dia 15 de novembro, o pianista Willian Lizardo e o oboísta Rodrigo Herculano, interpretam Suíte para oboé e piano, de Paavel Haas, Reflets dan l’eau, de Claude Debussy, Três romances op. 22, de Clara Schumann, Spiegel im spiegel, de Arvo Pärt, Canção do Adeus, de Deise Hattum e Sonata para oboé e piano, de Francis Poulenc. O programa aborda, pela metáfora do espelho, os mecanismos das relações que mantemos com nossa experiência e com a dos outros no espaço de interação social.
No dia seguinte, o concerto interpretado pelo flautista Lucas Rodrigues, a fagotista Ariana Mendonça e o clarinetista Cristiano Costa, propõe reflexões sobre o modo como nos expomos nas redes sociais — e o significado que essas interações ganham em um contexto marcado pela superficialidade. Entre solos, duos trios do programa estão o Dueto nº 3, de Ludwig van Beethoven, Interferências e Gradações, de Guilherme Bauer, rapid.fire, de Jennifer Higdon, Estudo, de Henrique de Curitiba, Valsa declamada e Valsa ingênua, de Francisco Mignone, Variações, de Marisa Rezende, Dueto, de Ian Deterling e Trio op. 92, de Charles Koechlin.
No dia 22, os percussionistas Gabriel Novaes, Daniel Lima e Leonardo de Paula e a violoncelista Liana Meirelles Paes apresentam um concerto que explora o impacto da tecnologia no modo de nos comunicarmos e como ela configura um novo espaço de convivência. No programa estão Clapping music, de Steve Reich, Duas peças, de Ney Rosauro, Stuttered chant, de David Lang, Satellite, de Benjamin Holmes, Stop Speaking, de Andy Akiho, Perhaps, de Reena Esmail, Hear Me, See Me, de Niamh O’Donnell, Tríplice Andar, de Denise Garcia, Time is Money, de Kirsten Strom.
No dia 23, o pianista Ricardo Ballestero e a mezzo-soprano Ana Lúcia Benedetti se apresentam com um programa que aborda, entre outros temas, a trajetória de artistas em meio a contextos autoritários e opressivos. No repertório estão Heartbreaker, de Missy Mazzolli, Ich bin ein waise, de Dora Pejačević, Three Dreams Portrait, de Margareth Bonds, Canção da fuga impossível e Fragmento para um Réquiem, de Claudio Santoro, 6 Poems of Marina Tsvetayeva, op. 143, de Dmitri Shostakovich, Três epitáfios: Ao autor, de Fernando Lopes Graça, Trois Chanson, de Francis Poulenc e Novos cantares, de Esther Scliar.
Fechando a série de concertos de câmara, no dia 29 de novembro, o Festival recebe Fabio Zanon para um recital de violão solo. O programa propõe uma reflexão sobre a construção da identidade a partir de um olhar para diferentes narrativas que revelam experiências silenciadas ao longo do tempo.
No dia 30, os vencedores do 3º Concurso de Canto Natércia Lopes vão participar do concerto de encerramento com a Oses regido pelo maestro Helder Trefzger e a participação especial da própria Natércia, artista homenageada pelo concurso.
Nesta 12ª edição, o Festival de Música Erudita do Espírito Santo Festival celebra a continuidade da parceria com a Shell e a Oses, e com o 5º VOE (Vitória Ópera Estúdio), o 4º Opera-cional, além do 3º Concurso de Canto Natércia Lopes, com a expansão de seus programas de fomento à ópera e formação de artistas.
Realizado em julho de 2024, o VOE ofereceu, pela primeira vez, bolsas a todos os participantes. Nesta edição, alunos vindos das cinco regiões do Brasil participaram de três módulos — interpretação musical e cênica, regência e correpetição. Como conclusão do programa de formação, eles apresentaram, no mês de julho, o espetáculo La Scala di Seta, de Gioacchino Rossini, dirigido pelo renomado encenador italiano Marco Gandini.
Além das atrações nos teatros, o Festival segue com suas iniciativas de acessibilidade e inclusão em mais dois projetos — o Ópera nos Bairros, que levará a comunidades tradicionais o espetáculo Rossini por um fio, do grupo Pequeno Teatro do Mundo, e Concertos Itinerantes, com apresentações do Quarteto Zuri em diversos espaços públicos da Grande Vitória.
A realização do Festival de Música Erudita do Espírito Santo é da Cia de Ópera do Espírito Santo (COES), do Ministério da Cultura, Governo Federal, por meio da Lei de Incentivo à Cultura, com patrocínio master da Shell, apoio institucional da Fecomercio/Sesc e correalização do Governo do Estado do Espírito Santo, por meio da Orquestra Sinfônica do Espírito Santo, Secretaria da Cultura (Secult).
Por Érika Pistac
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