Pandemia agrava diagnóstico tardio de câncer de próstata e impacta sobrevida de pacientes

Foto: Oncoclínicas

A pandemia da Covid-19 deixou marcas profundas na saúde pública, e o câncer de próstata não ficou imune a esses impactos. Dados alarmantes revelam uma queda significativa no número de diagnósticos precoces da doença, comprometendo as chances de cura e aumentando a gravidade dos casos.

Segundo levantamento do DataSUS, houve uma redução de mais de 50% na identificação de novos casos de câncer de próstata no Brasil nos primeiros anos da pandemia. Essa queda drástica é preocupante, especialmente considerando que o Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima cerca de 70 mil novos casos até 2025, dos quais 1740 são esperados no Espírito Santo.

A oncologista clínica Carolina Nolasco, da Oncoclínicas Espírito Santo, alerta para os riscos do diagnóstico tardio. “A detecção precoce é fundamental para aumentar a chance de cura, que pode chegar a 90%. Em estágios iniciais, as opções de tratamento são mais eficazes e menos invasivas”, explica a especialista.

A pandemia provocou uma série de mudanças nos sistemas de saúde, com a priorização do atendimento a pacientes com Covid-19 e a suspensão ou adiamento de consultas e exames eletivos. Além disso, o medo de se contaminar em ambientes hospitalares também contribuiu para que muitos homens deixassem de procurar atendimento médico.

O diagnóstico tardio do câncer de próstata pode levar à disseminação do tumor para outras partes do corpo, dificultando o tratamento e reduzindo as chances de cura. Além disso, as terapias para casos avançados costumam ser mais agressivas e podem causar efeitos colaterais mais severos.

Para reverter esse cenário e garantir a identificação do tumor de próstata em momento oportuno, é fundamental intensificar as ações de conscientização e prevenção. “O Ministério da Saúde tem investido em campanhas educativas para incentivar os homens a realizarem exames de rotina e a adotarem hábitos de vida mais saudáveis”, ressalta Carolina.

A Sociedade Brasileira de Urologia recomenda que o rastreamento para esta doença deve iniciar aos 50 anos ou aos 45 anos para homens com histórico familiar ou outros fatores de risco. Os principais sintomas incluem dificuldade para urinar, diminuição do jato urinário, necessidade de urinar com mais frequência e sangue na urina.

Além do diagnóstico precoce, outras medidas preventivas também são fundamentais para reduzir o risco de desenvolver essa neoplasia. “A Organização Mundial da Saúde (OMS) destaca a importância de controlar o tabagismo, evitar o consumo excessivo de álcool, praticar atividade física regularmente, manter uma alimentação saudável e controlar o peso”, aponta a oncologista.

O câncer de próstata é um dos tipos de câncer mais comuns no sexo masculino, mas com altas taxas de cura quando diagnosticado precocemente. Por isso, é fundamental que os homens estejam atentos aos sinais e sintomas da doença e procurem um médico para realizar os exames de rotina.

Por Christine Mendonça


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