Economia | ES
O bom desempenho do segmento contribuiu para que a indústria geral do Estado tivesse alta de 1,7% em outubro deste ano, na comparação com outubro de 2023
A produção da indústria capixaba cresceu 1,7% em outubro deste ano, na comparação com o mesmo período de 2023. A indústria de transformação foi o destaque do período, avançando 10,7%, o maior percentual que obteve em 2024. Todos os segmentos que a compõem – metalurgia, fabricação de papel e celulose, fabricação de produtos de minerais não metálicos e produção de alimentos – tiveram bom desempenho. Em contrapartida, a indústria extrativa caiu 2,9%.
Os dados fazem parte da Pesquisa Industrial Mensal (PIM-PF) do IBGE, publicada na última sexta-feira (13), e foram compilados pelo Observatório Findes.
O presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), Paulo Baraona, explica que a indústria de transformação é um setor central para a economia. “Quando falamos da indústria de transformação, estamos falando sobre agregar valor ao que é produzido. Por exemplo, fazemos isso hoje com o café, transformando os grãos em solúvel. Ou quando produzimos, a partir do minério, produtos como vergalhões, tubos e chapas de aço”, comenta.
A gerente executiva do Observatório Findes e economista-chefe da Findes, Marília Silva, aponta que a produção do setor de metalurgia foi a que teve o melhor desempenho no mês de outubro, crescendo 22,8%.
“Esse crescimento pode ser explicado por dois fatores. O primeiro é a base de comparação mais deprimida do mês de outubro de 2023, onde o setor havia registrado uma queda de 8,7% na produção, quando comparado com outubro de 2022. Já o segundo refere-se ao bom desempenho do segmento nos últimos meses. Desde junho de 2024, a produção da metalurgia vem registrando taxas positivas. E, no mês de outubro, segundo as estatísticas do Instituto Aço Brasil, o Espírito Santo produziu aproximadamente 602 mil de toneladas de aço bruto, valor 11,6% superior ao registrado no mesmo mês do ano passado”, explica.
A fabricação de papel e celulose também cresceu em outubro, se comparada com o mesmo mês do ano passado, a alta foi de 6,2%. O resultado positivo veio após quatro meses consecutivos de queda. Já a fabricação de produtos de minerais não-metálicos avançou 4,1%, impulsionada pela maior produção de pedra de construção e granito, e pela fabricação de produtos alimentícios (0,9%), devido ao aumento da produção de café solúvel, carnes bovinas frescas ou refrigeradas e carnes e miudezas de aves congeladas.
Por outro lado, a indústria extrativa capixaba registrou uma queda de 2,9% na comparação entre outubro de 2024 e outubro de 2023. De acordo com o gerente de Ambiente de Negócios do Observatório Findes, Nathan Diirr, esse recuo foi influenciado pela menor produção de petróleo e gás natural na comparação interanual.
“Segundo a Agência Nacional de Petróleo, Gás e Energia (ANP), a produção de petróleo e gás natural no Espírito Santo em outubro de 2024 com relação a outubro do ano passado registrou uma queda de 4,9% e 22,3%, respectivamente. Quanto à produção de minério de ferro pelotizado, de acordo com o IBGE, houve aumento da produção no Estado, mas a contribuição negativa da produção de petróleo e gás natural teve maior influência no resultado de outubro”, explica.
Apesar do desempenho negativo, o gerente comenta que a expectativa para os dois últimos meses de 2024 é de recuperação do setor de petróleo e gás natural, com a maior produção do FPSO Maria Quitéria, que entrou em operação em outubro.
ES cresceu 3,8% ao longo de 12 meses
A PIM revelou ainda que o Espírito Santo teve um desempenho positivo em três das quatro bases de comparação: mensal comparada ao mesmo mês do ano anterior (1,7%), acumulada no ano (0,3%) e acumulada em 12 meses (3,8%). Somente a mensal comparada ao mês anterior registrou ligeira queda (-0,5%).
No acumulado em 12 meses até agosto, o Estado obteve os seus melhores indicadores. Nesse período, a indústria extrativa foi a que mais cresceu (3,9%). Já a indústria de transformação cresceu 3,5%, impulsionada pelo bom desempenho da:
- 6,8% Metalurgia
- 2% Fabricação de produtos alimentícios
- 1,4% Fabricação de produtos de minerais não-metálicos
- 0,4% Fabricação de celulose, papel e produtos de papel
Por Siumara Gonçalves
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