Deslizamentos e alagamentos ameaçam MG e ES

Foto: GettyImages

Os estados de Minas Gerais e Espírito Santo enfrentam uma sequência de dias marcados por chuvas intensas e persistentes. Nos primeiros sete dias de janeiro, os acumulados já ultrapassaram 90% da média histórica esperada para todo o mês em várias localidades. Esse cenário é resultado da terceira Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) deste verão, que tem provocado volumes excepcionais de precipitação e elevado significativamente os riscos de alagamentos e deslizamentos de terra.

Em Minas Gerais, a cidade de Diamantina registrou 164,4 mm de chuva nos primeiros sete dias do ano, o que corresponde a 87,91% da média histórica para janeiro, que é de 187 mm. Em Três Marias, o acumulado foi de 128,6 mm, representando 71,44% da climatologia mensal de 180 mm. Já em Dom Joaquim, os registros apontam 125 mm de precipitação, o que equivale a 62,19% da média de 201 mm.

No Espírito Santo, os volumes também impressionam. Em Muniz Freire, o acumulado foi de 143 mm, correspondendo a 85,12% da média histórica de 168 mm. A cidade de Alegre registrou 133,4 mm, o que representa 93,94% da climatologia de janeiro, enquanto Aracruz acumulou 103,7 mm, equivalente a 79,16% da média de 131 mm para o mês.

De acordo com o Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (CEMADEN), as condições atuais de solo saturado e a continuidade da chuva aumentam significativamente o risco de desastres naturais em Minas Gerais e Espírito Santo. Para esta terça-feira, o risco de alagamentos e deslizamentos foi classificado como moderado em grande parte dos dois estados.

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No Espírito Santo, as regiões de Vitória, Colatina e São Mateus apresentam alta probabilidade de movimentos de massa, como deslizamentos de terra, devido ao volume elevado de chuva registrado nas últimas 48 horas. Em Minas Gerais, áreas como Governador Valadares, Belo Horizonte, Ipatinga e Juiz de Fora estão em alerta, principalmente nas bacias hidrográficas dos rios Doce, Pomba e Muriaé, onde os níveis dos rios já estão elevados e podem continuar subindo.

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O CEMADEN ressalta que, em áreas densamente ocupadas, com alta impermeabilização do solo, as chuvas podem causar enxurradas, inundações pontuais e extravasamento de canais de drenagem. Além disso, há preocupação com deslizamentos em encostas urbanas e quedas de barreiras em rodovias, principalmente nas regiões de Juiz de Fora, Teófilo Otoni e Cachoeiro do Itapemirim.

A previsão entre os dias 7 e 12 de janeiro aponta que a chuva continuará presente em grande parte dos dois estados. O centro-norte do Espírito Santo deverá acumular até 200 mm de precipitação nesse período. Outras áreas do estado, bem como o norte de Minas Gerais, deverão registrar volumes entre 100 mm e 150 mm. Esse cenário é crítico, considerando que o solo já está saturado em várias regiões, o que potencializa os riscos de deslizamentos e alagamentos.

Figura 1- Acumulado de chuva previsto entre 07 de janeiro de 2025 e 12 de janeiro de  2025. Fonte: Climatempo

Por Guilherme Borges | Fonte: Climatempo


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