Uma pesquisa publicada na revista científica JAMA Psychiatry revelou que 93% das pessoas diagnosticadas com transtornos mentais ou dependência química não são tratadas de forma eficaz. O estudo, realizado ao longo de 19 anos por pesquisadores da Universidade da Columbia Britânica e da Escola Médica de Harvard, analisou dados de 56.927 entrevistados em 21 países, identificando fatores que comprometem a eficiência da intervenção médica.

Entre as principais barreiras para a efetividade dos tratamentos, destacam-se a baixa percepção da necessidade de cuidado, a desigualdade no acesso aos serviços de saúde, a descontinuidade do acompanhamento e a necessidade de treinar profissionais da atenção primária no reconhecimento e tratamento de transtornos mentais.

De acordo com Dr. Antonio Calazans, diretor técnico da Clínica VIVERE, do Grupo ViV Saúde Mental e Emocional, um dos principais desafios é garantir que os pacientes não abandonem o tratamento. “Sem uma abordagem interdisciplinar, o tratamento se torna limitado. O sofrimento psíquico raramente é apenas clínico — ele é também social, familiar, existencial. E precisa ser abordado como tal para que o paciente não desista de se tratar no meio do caminho”, explica o especialista.

Outro fator apontado pela pesquisa é a necessidade de capacitar profissionais de saúde, especialmente da atenção primária, para diagnosticar e encaminhar corretamente os pacientes.
 

Os resultados do estudo ressaltam a importância de um cuidado mais estruturado, que passe por maior conscientização sobre os transtornos mentais e continuidade do tratamento.

Por Carla de Azevedo, Carolina Motta e Fernanda Marques


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