A crise iraniana ainda está em primeiro plano no cenário internacional. Os protestos em Teerã e em muitas outras cidades iranianas pela derrubada do avião ucraniano, acrescentam-se às manifestações anti-governamentais que prosseguem há dois meses no país e já causaram a morte de numerosos civis. No último sábado (11) o governo do Irã admitiu que derrubou por engano a aeronave com 176 pessoas a bordo, sobretudo iranianos. Agora, pedem a demissão de Khamenei.
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A dor do Canadá
No domingo (12) em Toronto, milhares de pessoas homenagearam as 57 vítimas canadenses do avião ucraniano. O primeiro-ministro canadense Trudeau prometeu que será feita justiça. Entre as vítimas canadenses, seis jovens universitários.
A Casa Branca
Considerando as tensões entre Washigton e Teerã, o Presidente americano Trump disse que não está interessado em negociar com o Irã. “Tudo depende deles – afirmou – mas, jamais terão nuclear”. Para Trump a estratégia nos confrontos de Teerã agora devem se basear em três pontos: novas sanções econômicas ao Irã; envolvimento de outras potências mundiais na firme convicção de que o acordo nuclear de 2015 seja renegociado; e a explícita oferta de um “diálogo completo” com os líderes iranianos. “Se o Irã muda o seu comportamento – disse alguns dias atrás – estamos prontos para tomar o caminho da paz”.
“Protestos diferentes dos anteriores”
Segundo o jornalista Antonio Sacchetti, especialista em Irã, os protestos de novembro de 2019 eram “ligados ao aumento do preço da gasolina, enquanto que hoje – explica – não me surpreenderia em ver o povo nas ruas contra Khamenei os mesmos que na semana passada protestavam pela morte de Soleimani”. Sobre a atitude da Casa Branca, depois do novo “não” de Trump à negociação com Teerã, o jornalista afirma: “demonstra o quanto seja difícil compreender a estratégia americana, visto que este é o melhor momento para chegar a um acordo”.
Novo ataque no Iraque
No entanto, o Secretario de Estado dos Estados Unidos, Mark Pompeo, condenou o ataque contra uma base militar iraquiana em Al-Balad, onde se encontravam as tropas americanas até alguns dias atrás. Até agora não houve nenhuma reivindicação do ataque, que causou o ferimento de quatro militares iraquianos. O episódio se verifica a poucos dias dos ataques de mísseis às duas bases que hospedam os funcionários americanos no Iraque, represália de Teerã à morte do general Soleimani.
Por Andrea De Angelis – Cidade do Vaticano.
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