Os deputados Enivaldo dos Anjos (PSD) e Engenheiro José Esmeraldo (MDB) usaram a tribuna da Assembleia Legislativa (Ales) na sessão ordinária desta segunda-feira (19) para tecer críticas à concessionária Eco 101, responsável pela duplicação dos 478,8 km da BR-101 no Espírito Santo.
Para Enivaldo a empresa deveria se chamar “Eco 171”. O parlamentar ressaltou que o contrato já tem cerca de seis anos e que pouco foi feito até o momento. “Nesse tempo de arrecadação (com o pedágio) não se sabe o porquê o que está contratado não foi feito. Já era para ter 200 e poucos quilômetros e tem menos de dez”, lamentou.
Ele contou que ouve diversas reclamações da população por causa dos atrasos na duplicação da rodovia, lastimou o fato de a classe política pouco poder fazer a respeito do fato e questionou o motivo de o Poder Judiciário não tomar uma providência mais enérgica contra a empresa.
“Existe um contrato realizado. Nós deputados só podemos criticar, os federais também. A fiscalização do contrato foi questionada na Câmara dos Deputados e no Senado. Por que o Poder Judiciário não determina a abertura das praças de pedágio? Já aconteceu em Campos (RJ) em face da comprovação de não cumprimento do contrato”, afirmou.
De acordo com o deputado, a Eco 101 comete uma desobediência contratual e deveria receber algum tipo de punição. “É como se ficássemos vendo o sujeito roubar e ninguém fizesse nada. Eles praticam roubo a luz do dia e da noite. Ninguém está satisfeito com isso e ninguém pode tomar providência, só o Judiciário. Por que não tem um juiz no Estado para enfrentar esse problema? Por que não suspende o pedágio?”, indagou.
Por fim, disse que iria convocar os representantes da concessionária para prestarem esclarecimentos na CPI da Sonegação na primeira semana de setembro. “Onde está indo esse dinheiro (do pedágio)? A arrecadação era para estar disponibilizada no site, mas você não vê lá”, concluiu.
Quem também abordou o assunto foi o deputado Esmeraldo. O emedebista salientou que as praças de pedágio foram feitas logo após a assinatura do contrato, mas que a duplicação não saiu do papel. “Nunca vi tanta demora e irresponsabilidade. Ganharam a licitação e depois ficam tentando fazer a população de bobo”, disse.
Por Gleyson Tete.