Bahia Energy Meeting apresenta as tendências do mercado de tecnologias renováveis

Bahia Energy Meeting 2019 – Foto João Ramos.

O destaque da manhã do terceiro dia do Bahia Energy Meeting foram as novidades no mercado em relação a produtos, processos e pesquisas na área de renováveis. Foram montadas três arenas simultâneas para tratar de assuntos específicos e os participantes podiam circular entre os temas que mais se aproximam da sua área de atuação. O seminário terminou na tarde desta quinta-feira (5), com a presença do secretário adjunto de planejamento e desenvolvimento energético do Ministério de Minas e Energia (MME).

A arena sobre equipamentos contou com o palestrante israelense, vice-presidente da Ecori, Yoni Zvi que abordou o tema “O futuro da fotovoltaica”. “O mercado brasileiro ainda é um pouco imaturo, depende muito de treinamento, de capacitação e o conhecimento técnico atual ainda é muito baixo no meio entre as empresas que oferecem sistemas. Nossa preocupação é deixar o mercado cada vez mais capaz e conhecedor do que eles revendem e das tecnologias com menos passivos e menos insumos”, declara.

Mas o cenário do futuro é otimista. “O mercado deve estabilizar por volta de 2024. Ainda tem muito desafio pela frente, muita problemática em relação à regulamentação, e tudo isso faz parte do amadurecimento. As entidades e os órgãos governamentais entenderem que esse é o nosso mercado e apoiarem isso”, afirma Leandro Martins, Presidente da Ecori.

Na arena de equipamentos, os palestrantes ainda trouxeram orientações de mercado para os participantes. Na palestra “Tecnologia em equipamentos”, Felipe Santos, da JA Solar, afirmou: “O primeiro semestre a mudança vai ficar por conta da nova mudança do Inmetro, onde cada importador vai ter que ter o registro de importação e minha dica para quem tá planejando as próximas importações, é bom correr”.

Bahia Energy Meeting 2019 – Foto: João Ramos.

Os participantes da arena ainda conferiram a palestra “Sistema fotovoltaico e solução de proteção para ambientes agressivos”, com Ailson Camargo (Ormazabol) que apresentou dois tipos de tecnologias bem úteis no sistema fotovoltaico para facilitar a instalação do equipamento de obra civil, e outra para ambientes com salinidade.

Biomassa e logística

A produção de biogás foi um dos destaques na arena que abordou o tema biomassa e logística. Atualmente, no Brasil, o biogás é proveniente de aterros sanitários e efluentes industriais para a geração de energia elétrica, térmica e produção de biometano – usado em substituição ao diesel em frotas. O que falta é popularizar a tecnologia e levar informação ao empresariado sobre as possibilidades de transformar resíduos em energia renovável.

“O maior desafio é democratizar as informações, tornar o empresário conhecedor das possibilidades de transformar aquele passivo ambiental, que é o resíduo dele, numa fonte de biogás e o caminho é a biodigestão. Você pega o resíduo, faz o processo de biodigestão, gera o neobiogás e transforma isso numa fonte de receita renovável e sustentável”, analisa Danilo Trevisan, da Impacto Energia, empresa especializada em geração de energia.

O transporte de peças e produtos especialmente peças de grande porte também foi discutido nesta arena. O porto de Salvador passa atualmente, por um processo de expansão e vai possibilitar o atracamento de embarcações maiores em extensão e em volume para gerar mais competitividade na economia baiana. “Teremos a capacidade de atracação de dois navios de 366 metros simultaneamente. São navios que podem e tem capacidade de movimentação de 14 mil contêineres de 20 pés. É uma redução potencial de custo para os principais ‘players’ da economia baiana”, analisa Gilberto Robortella, da Tecon Salvador, empresa do terminal de contêineres da capital baiana.

Armazenamento de energia e energia eólica

Ricardo Alonso, da empresa Sungrow, abriu esta arena e apresentou um panorama sobre o armazenamento de energia. “O mercado brasileiro é bem promissor como o fotovoltaico, e uma tecnologia complementa a outra. O Brasil hoje não tem uma política clara, não tem uma estruturação, mas a gente tem grandes exemplos como Estados Unidos, Austrália, Alemanha, que a gente pode ir se baseando e trazer os produtos que hoje o mundo todo trabalha.” Na oportunidade, Rafael Torres da SBM, apresentou o que chama de “Oceanos de energias” e as usinas eólicas offshores que podem ser fixas ou flutuantes, de estrutura leve e estável que permite a atuação em áreas profundas.

Por Bruna Sant’Ana.

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