Frente parlamentar capixaba conhece trabalho de catadores de resíduos

Lúcio revelou dificuldades enfrentadas, como afastamentos de catadores causados por doenças. Foto: Lissa De Paula.

A cada 1 tonelada de material reciclável coletado e que, portanto, não é descartado na natureza, 40 quilos de dióxido de carbono (CO2) deixam de ser espalhados no meio ambiente, evitando maior poluição do ar. Este é um exemplo da contribuição dos catadores de resíduos sólidos, segundo exposição do presidente da Associação dos Catadores de Materiais Recicláveis da Ilha de Vitória  (Amariv), Lúcio Heleno Barbosa dos Santos.

Acompanhe mais imagens do encontro

O presidente falou um pouco mais do trabalho da Amariv, uma das quatro associações de catadores existentes na Capital, durante reunião da Frente Parlamentar de Fiscalização de Obras de Coleta e Tratamento de Esgoto no Espírito Santo. O encontro foi promovido nesta quinta-feira (19), no Plenário Rui Barbosa.

Hoje com 60 associados, a entidade foi criada em 2007, na Ilha de Santa Maria, mas, atualmente, a sede fica no Bairro de Itararé. A associação é autogestionada e tem como parâmetro de negócio a economia solidária, dividindo-se proporcionalmente o resultado do trabalho realizado mensalmente.

Lúcio revelou dificuldades enfrentadas, como afastamentos de catadores causados por doenças – devido ao risco da atividade. Entretanto, afirmou que o Instituto Nacional do Seguro Social não concede licença médica. Ou seja, a própria associação é que acaba concedendo licença remunerada aos catadores enfermos pelo tempo necessário.

O presidente falou de uma ação social em funcionamento na própria sede, que oferta um cursinho preparatório para quem tiver interesse em concorrer a uma vaga de nível superior.

Sobre a atividade, ressaltou que o recolhimento de resíduos sólidos reciclável é ampla, não sendo restrita apenas a papel (89% do volume coletado) e plásticos -envolve também materiais de menor valor. Além disso, o que a Amariv não consegue vender, explicou, encaminha para outros setores de reutilização, como o artesanato.

Valorização

O deputado Gandini (Cidadania), presidente da frente parlamentar, destacou a importância de se ouvir aqueles que trabalham diretamente no tratamento do material descartado reciclável. Mas lembrou que a indústria tem posto fundamental, pois é quem produz e é responsável por não disseminar material que não pode ser reciclado.

O secretário Municipal da Central de Serviços de Vitória, Natan Medeiros, relatou as dificuldades que a prefeitura teve após as chuvas, quando coletaram toneladas dos mais diversos materiais que obstruíam as galerias de esgotamento na cidade, e exaltou o trabalho dos catadores. “O homem precisa entender que se não cuidarmos do meio ambiente seremos os mais prejudicados”, alertou.

A integrante do projeto Catadores são Educadores, de Vitória, Marina Filetti, disse que é preciso reconhecer o papel social dos catadores, pois são agentes ambientais. “É preciso deixar de olhar essas pessoas com preconceito”, comentou.

Por Aldo Aldesco.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *