Tempestades de janeiro de 2020

Chover forte em janeiro é bastante comum sobre o Brasil. Em uma situação normal, o país já está com grande disponibilidade de umidade e ar quente, ingredientes básicos para formação das grandes nuvens que provocam temporais. Além disso, é um mês no qual ocorrem eventos de Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) e as áreas de instabilidade da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), que provocam chuva forte e volumosa, também já começam a atuar sobre o país.

Acumulados de chuva da ordem de 50 mm em 24 horas já são considerados elevados. Chover 100 mm ou mais em 24 horas é algo especial que não ocorre com frequência. É um volume de chuva extremamente grande, com potencial para causar danos sérios e enchentes em centros urbanos

Em meses do período normal de estiagem de um local, chover 100 mm pode significar 100 vezes mais chuva do que o normal. Em Barreiras, no oeste da Bahia, por exemplo, a média de chuva para o mês de julho é de apenas 1 mm. Assim, se chover 100 mm em algum dia de julho, será um evento raríssimo.

Em meses com grandes médias de precipitação, como é janeiro, 100 mm pode representar cerca de 30% do volume médio para todo o mês. É o caso de Belo Horizonte, onde a média de chuva normal para janeiro é de 329 mm. 

No dia a dia do monitoramento e acompanhamento de situações meteorológicas, uma chuva de 20 mm em 1 hora já é considerada como forte. Apenas no dia 23 de janeiro, o INMET registrou em 1 hora 61,8 mm em João Pinheiro (MG), 52,8 mm em Feira de Santana (BA), 44,0 mm em Campina Verde (MG).No dia 24 de janeiro, choveu 45,5 mm em Colinas do Tocantins (TO), segundo o INMET.

Todos estes volumes são muito elevados, mas o impacto que a chuva forte tem depende de onde ela cai. A chuva intensa em pouco tempo pode causar grandes danos sobre uma plantação e sobre centros urbanos. Pode também desencadear a cheia repentina em um córrego ou causar grandes alagamentos

Foto de HVL, Santa Bárbara (MG).

Confira os locais que já receberam 100 mm ou mais em 24 horas em janeiro de 2020, até o dia 24. 

Os volumes abaixo foram registrados pelo INMET – Instituto Nacional de Meteorologia – sempre no período entre 9 horas de um dia e 9 horas do dia seguinte, pelo horário de Brasília. Na coluna “dia”, o número é o correspondente ao fim deste período de 24 horas. Por exemplo: Juína (MT) acumulou 188,9 mm entre 9 horas do dia 1 e 9 horas do dia 2 de janeiro de 2020, pelo horário de Brasília.

Até 9 horas do dia 24 de janeiro, Alfredo Chaves, no Espírito Santo, havia registrado 210,2 mm entre os dias 17 e 18 de janeiro, o maior volume de chuva em 24 horas no Brasil este mês, pela medição do INMET.

CidadeUFChuva 24h (mm)Dia
Juína (a)MT188,92
SourePA119,32
B. Horizonte/PampulhaMG100,62
Paranoá (a)DF122,03
Imperatriz (a)MA120,64
CarolinaMA114,44
VitóriaES103,14
Capelinha (a)MG102,64
Araguatins (A)TO106,26
CarlindaMT110,08
São Vicente do SulRS100,211
MirandaMS115,813
ItapiraSP101,213
Silva JardimRJ118,613
Saquarema (a)RJ123,813
Alfredo Chaves (a)ES210,218
Farol Preguiças (a)MA107,020
Manaus AM113,421
Serra dos Aimorés (a)MG105,823
Campo Verde (a)MT101,423
Florestal (a)MG177,424
B. Horizonte/CercadinhoMG172,624
B. Horizonte/PampulhaMG159,424
Ibirité (a)MG152,424
Viçosa (a)MG115,224
Divinópolis (a)MG107,924

Pela lista acima, é possível entender melhor porque Minas Gerais está tendo tantos problemas com chuva. A capital, Belo Horizonte, já recebeu mais de 100 mm em 24 horas por duas vezes este mês.

Fonte: Climatempo.

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