ES abre Semana de Atividades pelo Dia Mundial do Rim

A partir desta segunda-feira (09) até sexta-feira (13), acontece a Semana Mundial do Rim, que tem como principal objetivo conscientizar as pessoas sobre a importância de se fazer prevenção das doenças renais, principalmente a Doença Renal Crônica (DRC). Apesar de ser uma campanha mundial, no Espírito Santo a Lei Estadual 10.375 estabeleceu a Semana do Rim, que acontece sempre na segunda semana de março.

Este é o 15º ano da ação, e tem como tema: Saúde renal para todos: ame seus rins, dose sua creatinina.

Os rins são órgãos responsáveis por filtrar o sangue para controlar a quantidade de água e de sal no corpo, eliminar toxinas, ajudar a controlar a pressão arterial e produzir hormônios que impedem a anemia e a descalcificação óssea, além de eliminar medicamentos e outras substâncias ingeridas. De acordo com a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), um em cada 10 brasileiros sofre de doenças renais, sendo mais comuns os cálculos renais, infecções, cistos, tumores e a insuficiência renal.

Segundo dados da SBN, há 850 milhões de pessoas no mundo com algum tipo de doença renal. No Espírito Santo, um levantamento realizado em 2018 pela Secretaria da Saúde (Sesa), detectou que, aproximadamente, 2.300 capixabas faziam diálise devido à DRC, uma das doenças renais mais comuns entre os brasileiros e que causa a insuficiência dos rins.

Essas doenças se instalam no organismo a partir de hábitos erradamente comuns na vida das pessoas, como a falta de ingestão de líquidos, o consumo exagerado de sal, alta ingestão de analgésicos, além de infecções urinárias recorrentes, diabetes e a hipertensão arterial.

De acordo com a SBN, estudos realizados apontam que a prevalência de doença renal crônica é de 7,2% para as pessoas acima dos 30 anos, e entre 28% a 46% em indivíduos acima de 64 anos.

Segundo o médico e gerente de Ensino e Pesquisa do Hospital Universitário Cassiano Antonio Moraes (Hucam), José Geraldo Mill, a DRC acomete de maneira similar em homens ou mulheres. No entanto, ele destacou que o Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil), que  está sendo realizado em seis capitais – Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador e Vitória – aponta que entre adultos de 35 a 74 anos, 5,6% das pessoas já tinham comprometimento da função renal e apresentavam quadro de DRC.

“O principal fator que interfere no aparecimento da DRC é a idade. Por isso, se essa doença for investigada em pessoas mais jovens, a prevalência será menor; se mais velhos, será maior. Pode-se estimar que na população adulta do Brasil devem existir cerca de 10 milhões de pessoas com DRC pré-clínica. Isto é, elas já têm o funcionamento dos rins comprometido, mas não sabem que isso esteja ocorrendo. Como quase todas as doenças crônicas, a DRC é assintomática na fase inicial”, explicou.

O médico destacou ainda que após os 30 anos de idade, o rim vai perdendo sua capacidade de filtrar o sangue. “Essa perda é acelerada em algumas situações, principalmente nas pessoas que têm diabetes, pressão alta, cálculo renal ou outras doenças renais. Os rins normais filtram cerca de 100 a 120 ml de sangue a cada minuto. Quando essa filtração cai para menos de 90 ml/min já há sinal de alerta. Quando a filtração cai para abaixo de 60 ml/min isso quer dizer que o paciente já perdeu cerca de 50% da capacidade filtrante dos rins. A partir deste ponto a DRC já está instalada e se ela não for interrompida o paciente vai evoluir para a DRC grave, quando os rins já não têm mais eficiência para filtrar o sangue”, afirmou.

Com isso, segundo ele, o corpo começa a acumular substâncias tóxicas e as únicas alternativas são a diálise (rim artificial) ou o transplante renal.

Segundo o nefrologista Lauro Monteiro Vasconcellos Filho, que também é professor da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e chefe do Serviço de Nefrologia do HUCAM, as Doenças Renais Crônicas são, na maioria das vezes, assintomáticas.

“Por isso é muito importante detectar a DRC nos estágios iniciais para impedir a evolução para esses quadros terminais que sempre vão levar à perda de qualidade de vida e, mais adiante, a óbito. Esse diagnóstico precoce é feito com exame simples de urina e dosagem de creatinina”, explicou Lauro Vasconcellos.

Dados da Central Estadual de Transplantes do Espírito Santo (CET-ES) mostram que em 2019, o Estado realizou um total de 99 transplantes de rins. Este ano, até esta segunda-feira (09), foram realizados 19 transplantes desse órgão. Um total de 1.027 pessoas aguardam por um transplante de rim no Espírito Santo.

Por Syria Luppi / Kárita Iana / Paula Lima / Luciana Almeida e Thaísa Côrtes

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