CNBB, OAB, CNI e Conass alertam para importância do isolamento contra a covid-19

As entidades ainda explicam que a hora é de enfrentamento desta pandemia com lucidez, responsabilidade e solidariedade e alertam para o perigo da desinformação que parte do próprio poder público.

CNBB, OAB, Comissão Arns, Academia Brasileira de Ciências, Associação Brasileira de Imprensa e Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência se reuniram hoje, dia 27, de modo virtual, e escreveram uma nota para alertar a população que fique em casa. As entidades fazem esse pedido com base nas recomendações da ciência e dos profissionais de saúde, além de levarem em conta a experiência internacional dos países que sofrem com a pandemia da covid-19.

“Estratégias de isolamento social, fundamentais para conter o crescimento acelerado do número de pessoas afetadas pelo coronavírus, visam à organização dos serviços de saúde para lidar com esta situação, que, apesar de grave, pode ser bem enfrentada por um sistema de saúde organizado e bem dimensionado”, afirma a nota

As entidades ainda explicam que a hora é de enfrentamento desta pandemia com lucidez, responsabilidade e solidariedade e alertam para o perigo da desinformação que parte do próprio poder público: “A campanha de desinformação desenvolvida pelo Presidente da República, conclamando a população a ir para a rua, é uma grave ameaça à saúde de todos os brasileiros”.

Veja a Nota:

As entidades que subscrevem esta nota reuniram-se nesta sexta-feira (27), de modo virtual, para alertar à população que fique em casa respeitando as recomendações da ciência, dos profissionais de saúde e da experiência internacional.

Estratégias de isolamento social, fundamentais para conter o crescimento acelerado do número de pessoas afetadas pelo coronavírus, visam a organização dos serviços de saúde para lidar com esta situação, que, apesar de grave, pode ser bem enfrentada por um sistema de saúde organizado e bem dimensionado.

A campanha de desinformação desenvolvida pelo Presidente da República, conclamando a população a ir para a rua, é uma grave ameaça à saúde de todos os brasileiros. A hora é de enfrentamento desta pandemia com lucidez, responsabilidade e solidariedade. Não deixemos que nos roubem a esperança.

27 de março de 2020

Dom Walmor Oliveira de Azevedo, presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB

Felipe Santa Cruz, presidente da Ordem dos Advogados do Brasil – OAB

José Carlos Dias, presidente da Comissão Defesa dos Direitos Humanos Dom Paulo Evaristo Arns – Comissão Arns

Luiz Davidovich, presidente da Academia Brasileira de Ciências – ABC

Paulo Jeronimo de Sousa, Associação Brasileira de Imprensa – ABI

Ildeu de Castro Moreira, presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência – SBPC

CNI propõe isolamento vertical na indústria contra a covid-19, com ações do SESI e do SENAI

Proposta prevê, dentre outras ações, que 9,4 milhões de trabalhadores industriais deverão fazer exames rápidos a cada 15 dias. Entidades apoiarão a realização de certificações de produtos e serviços de combate à pandemia. Fotos: Agência de Notícias CNI.

O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, encaminhou nesta sexta-feira (27), correspondência ao Presidente da República, Jair Bolsonaro, na qual a entidade se prontifica a ajudar na implementção do chamado “isolamento social vertical” de pessoas do grupo de risco e de contaminados do novo coronavírus.

“A evolução de casos da covid-19 na Coréia do Sul e na Alemanha demonstra que, se bem executada, essa é uma estratégia eficiente para promover o achatamento da curva de propagação do vírus, preservar vidas e reduzir a pressão sobre o sistema de saúde”, justifica Robson Andrade em um dos trechos do documento.  “Ao mesmo tempo, facilita a retomada, ainda que gradual das atividades produtivas”, acrescenta.

No documento – encaminhado também aos presidentes do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli; do Senado Federal, Davi Alcolumbre; e da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia  –,  a CNI argumenta que o isolamento vertical requer forte coordenação entre os setores público e privado.

Por esse motivo, propõe uma parceria com o governo federal, por meio da qual o Serviço Social da Indústria (SESI) se compromete a capacitar e dar assistência para realização de testes rápidos da Covid-19, custeados com recursos do governo federal, para 100% dos cerca de 9,4 milhões de trabalhadores da indústria, a cada 15 dias, com isolamento social apenas de pessoas com exame positivo. Além disso, seriam realizados exames moleculares (PCR), conhecidos como “contraprova”,  para verificar falsos positivos da Covid-19.

De acordo com o presidente da CNI, para isso, é muito importante que sejam feitos testes rápidos nos pacientes sem sintomas, pois acredita-se que 80% da população infectada apresenta poucos ou nenhum sintoma da doença, sendo responsável pela maioria das contaminações locais. “Trata-se de uma estratégia complexa, mas possível e, no caso do Brasil, necessária, pois as empresas e os cidadãos não terão fôlego financeiro para resistir por um período prolongado de isolamento social horizontal”, alerta Robson Andrade

Proposta inclui criação de fundo de aval para financiar capital de giro para MPEs

A proposta prevê ainda a criação de uma plataforma online, integrada e colaborativa, para manejo clínico do novo coronavírus em uma rede de atenção primária e de parceiros privados. A CNI propõe a criação de um fundo de aval, com recursos no valor de R$ 500 milhões, que seriam aportados pelo SESI, para financiar capital de giro das indústrias de micro, pequeno e médio portes, com faturamento anual de até R$ 10 milhões. “O objetivo, neste caso, é contribuir para a provisão de liquidez das empresas industrais, durante o período de retração das atividades empresariais, que não sabemos quanto tempo vai durar”, afirma Robson Andrade. 

Ainda segundo o presidente da CNI, a prioridade máxima, neste momento, são as ações para preservar vidas, seguindo sempre as diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS) com relação à covid-19. “Entretanto, é crucial que nos preocupemos também com a sobrevivência das empresas e a manutenção dos empregos”, afirma Robson Andrade, acrescentando que é preciso que o governo estabeleça uma estratégia consistente para que, no momento oportuno, seja possível promover uma retomada segura e gradativa dos setores produtivos. 

Secretários de Estado da Saúde do Brasil

Os Secretários Estaduais de Saúde, reunidos no Conass, se apresentam diante da sociedade brasileira para manifestar o que segue:

O Conass, em seus 38 anos de existência, sempre se colocou ao lado do povo brasileiro e na defesa de seu direito à saúde e à vida.

Esta é nossa missão e nosso compromisso. Não faltaremos ao povo brasileiro neste momento de grave ameaça à saúde e à vida de todos.

Pronunciamentos e orientações conflitantes das autoridades sobre medidas restritivas adotadas no enfrentamento do coronavírus geram intranquilidade e insegurança.

Diante disso, manifestamos nossa posição oficial sobre a matéria e defendemos a condução técnica das medidas de combate pelos profissionais do Ministério da Saúde, em alinhamento e harmonia com os gestores estaduais e municipais de saúde do país.

Frente à Covid-19, que ameaça o mundo e o Brasil, seguiremos com nossa tradição de pautar nossas ações pelo mais elevado espírito público, pelas melhores evidências científicas e técnicas, pelas mais exitosas práticas internacionais, resistindo a qualquer ação estranha a isso e que possa colocar em risco a vida de nossa gente.

Defendemos irrestritamente as medidas sanitárias adotadas pelas unidades federativas do país, pois não se pautam por cores partidárias ou de qualquer outra natureza, e sim por critérios técnicos e científicos observados ao redor do planeta.

A doença não escolhe quem atinge.  É implacável. Implacáveis e incansáveis devemos ser nós, e o povo brasileiro, contra ela.

Quanto mais alto for o pico do coronavírus no Brasil, mais alto será o número de pacientes graves a demandar atendimento médico ao mesmo tempo. O que estiver acima da capacidade assistencial de leitos representará desassistência, e desassistência, neste caso, significará morte.

Depois de trinta dias e 5.402 mortes, Milão admitiu os erros de ignorar a quarentena. Arrependimento tardio não recupera vidas perdidas.

Que não tenhamos que nos arrepender mais tarde no Brasil por omissão neste momento. Cada dia de isolamento social importa. Cada vida brasileira importa.

Por fim, conclamamos todos os gestores, capitaneados pelo Ministério da Saúde, a juntar esforços nesse desafio de magnitude ímpar. Na defesa do que nos é mais precioso: a saúde e a vida.

Fontes: CNBB, OAB, Agências de Notícias CNI e Conass

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