Trotes comprometem os serviços emergenciais da Central de Ambulâncias em Linhares

Por dia, a Central atende a 100 chamados de moradores da sede e do interior do Município. Foto: Felipe Tozatto/Secom/PML

Durante a pandemia do novo coronavírus, a Central de Ambulâncias da município de Linhares, Norte do Espírito Santo, (156) está sendo alvo de aproximadamente 20 trotes por dia. Para se ter uma ideia, apenas um atendente recebeu em em dois dias de plantão, 30 trotes, deixando plantonistas e equipes atentos para não enviar ambulâncias sem necessidade. Por dia, a Central atende a 100 chamados de moradores da sede e do interior do Município.

Os dados preocupantes são da Central de Transportes, órgão vinculado à secretaria municipal de Saúde, que faz o apelo para que as pessoas não brinquem com falsas chamadas, que ocupam as linhas telefônicas, causam atrasos no serviço e fazem com que um atendimento prioritário deixe de ser feito com a devida rapidez, podendo levar à morte de algum paciente.

Os atendentes geralmente detectam quando se trata de caso de trote, já que há um padrão de comportamento por parte de quem passa a informação mentirosa ao serviço.

O diretor da Central de Transportes da secretaria municipal de Saúde, Gilmar Salvador, disse que sempre faz apelo para que não peçam ambulância se não for realmente um caso de urgência. “Recebemos cerca de 20 ligações por dia, e em muitas o próprio sistema já indica que é um número que constantemente passa trote. Infelizmente ainda tem gente que brinca. Trabalhamos com situações de risco e não se deve pedir uma ambulância por brincadeira”, salientou.

Crime

O trote é crime previsto no Código Penal Brasileiro que, no artigo 266, prevê detenção de um a seis meses para quem o pratica. No caso de menores cometerem o delito, os pais ou responsáveis são quem assumem a culpa.

É importante lembrar que, ao discar o número 156, o cidadão está ligando para uma central de regulação que conta com profissionais treinados para definir o tipo de atendimento, a ambulância e a equipe adequados a cada caso. Há situações em que basta uma orientação por telefone para salvar uma vida.

As equipes trabalham para prestar atendimento no menor tempo possível, já que atuam no local de ocorrência do problema e ainda fora do ambiente hospitalar. O programa oferece o direcionamento para o serviço mais próximo e adequado, assim a equipe que está na ambulância ganha tempo (diminui a relação tempo/resposta). E é justamente essa agilidade que se perde quando o serviço fica carregado com falsas chamadas.

Por Alexandre Araújo

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