Capital do Espírito Santo é transferida simbolicamente para São Mateus

Jaqueline Moraes, que é a primeira mulher negra eleita para o cargo, destacou a importância do ato de hoje | Foto: Foto: Thalita Silva/Vice-Governadoria

A vice-governadora do Estado, Jaqueline Moraes, participou, na manhã desta sexta-feira (20), da transferência simbólica da Capital do Espírito Santo para o município de São Mateus. O ato realizado no Dia Nacional da Consciência Negra está previsto na Lei Estadual nº 8.790/2007 e faz parte da programação da Secretaria de Direitos Humanos (SEDH) para o Novembro Negro. A solenidade aconteceu na Casa da Cultura, no Sítio Histórico Porto, com a presença de diversas autoridades.

Jaqueline Moraes, que é a primeira mulher negra eleita para o cargo, destacou a importância do ato de hoje. “Quando o País celebra o Dia Nacional da Consciência Negra, o Espírito Santo faz a transferência simbólica da Capital do Estado para São Mateus. Nos leva a pensar a partir daqui como um lugar de sonho do povo negro. Sonho como forma de cuidar de todos nós, a população negra deste Estado”, disse, citando o aumento na representatividade política de candidatos negros, mulheres e trans no último processo eleitoral.

“É necessário entendermos que esta é uma resposta social muito forte. As políticas afirmativas mostram que pretos e mulheres são a maioria, e se são maioria, precisamos ocupar os espaços de poder. Eu acredito muito nisso e vou continuar lutando para que estas mudanças continuem acontecendo”, reforçou Jaqueline Moraes, destacando que seu trabalho à frente da Vice-Governadoria do Estado é coletivo.

Para a secretária de Estado de Direitos Humanos, Nara Borgo, a transferência simbólica da Capital para São Mateus é extremamente importante. “Aqui viveu Zacimba Gaba, mulher negra que lutou, resistiu e libertou muitas pessoas que foram escravizadas. Aqui atracou o último navio negreiro que chegou ao Brasil e aqui tem uma grande população negra. Estar aqui hoje, com nossa vice-governadora, que é negra, para esta solenidade também é histórico. Que possamos lutar dia a dia contra o racismo, que sejamos antirracistas e possamos transformar nossa sociedade em um espaço realmente democrático, justo e igualitário”, afirmou.

Já a gerente de Promoção da Igualdade Racial da SEDH, Edineia Conceição de Oliveira, enfatizou que a transferência simbólica da Capital é importante por causa do resgate cultural que se faz desse território. “Essa ação representa o reconhecimento a toda história do povo negro para os capixabas. É importante fomentar as políticas públicas para a população dessa cidade que tem uma representação tão grande para nosso Estado”, pontuou.

Consciência Negra

O Dia da Consciência Negra relembra, por meio de ações em todo Brasil, a morte de Zumbi dos Palmares, líder quilombola que representa a luta dos negros contra a escravidão na época da colonização do País (1530 – 1888). Inicialmente incluída em 2003 no calendário nacional, a data foi oficializada pela Lei nº 12.519 já no ano de 2011.

No caso do ato simbólico no Espírito Santo, o presidente do Conselho Estadual de Promoção da Igualdade Racial (Cepir), Rosemberg Moraes Caitano, explica a importância histórica da escolha de São Mateus para Capital neste 20 de novembro.

“Para mim, a importância da transferência da Capital para a cidade de São Mateus é um ato antirracista que o nosso Governo do Estado evidencia, tendo em vista que o porto de São Mateus foi o último a receber escravos em nosso Estado, mesmo depois da Lei Áurea. Eu acredito que quando o poder público efetiva essa ação de transferir a Capital, ele diz ‘não’ a toda a forma de racimo institucional”, lembrou.

Em razão das celebrações pelo mês da Consciência Negra, a SEDH preparou uma agenda especial, que teve início no último dia 11 de novembro e segue até 30 de novembro. Clique AQUI para conferir.

Prêmio Trajetórias

Durante a solenidade, o secretário de Estado da Cultura, Fabrício Noronha, anunciou o Prêmio Trajetórias. “São 120 prêmios de R$ 30 mil para grupos artísticos, metade desses prêmios para a cultura popular. Comunidades quilombolas, comunidades ribeirinhas, grupos de jongo, congo, ticumbi, capoeira, todos podem participar do Prêmio Trajetórias”, comentou.

Por Ascom/Gov/ES


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