Mobilidade urbana na Grande Vitória é tema de debate na Assembleia Legislativa do Espírito Santo

Esgotamento da Terceira Ponte e alternativa para o tráfego de veículos entre Vila Velha e Vitória foram discutidos em reunião da Comissão Especial de Fiscalização da Rodosol | Fotos: Lucas S. Costa

A Comissão Especial de Fiscalização da Rodosol recebeu o ex-prefeito de Vila Velha Max Filho, nesta quinta-feira (2). O presidente do colegiado, deputado Carlos Von (Avante), convidou o ex-gestor para um debate sobre mobilidade urbana na Grande Vitória. Temas como a cobrança de pedágio na Terceira Ponte e o retorno do transporte aquaviário foram discutidos na reunião virtual.

“Em boa hora vem essa comissão para inaugurar esse debate, pra gente não ficar assistindo ao governo do Estado prorrogar por mais 25 anos essa concessão, sem que a mobilidade urbana da Grande Vitória possa ser contemplada minimamente”, ressaltou o convidado em sua fala de abertura.

Max Filho disse que encomendou um estudo sobre a mobilidade urbana de Vila Velha no período em que foi prefeito do município e que o relatório feito pela empresa contratada revelou que a Terceira Ponte segue não sendo capaz de absorver todo o fluxo de veículos que é demandado diariamente.

“A Terceira Ponte segue ‘infartada’ na relação de Vila Velha com Vitória. Há de se projetar algo novo, diferente, inovador, que possa contemplar a mobilidade das pessoas, sobretudo entre essas duas grandes cidades que são Vila Velha e Vitória”, pontuou.

Pedágio

O ex-prefeito de Vila Velha fez um relato de toda a história da implantação da Terceira Ponte e explicou que, em 1989, ano da inauguração, o governo do Estado, comandado à época pelo seu pai, o ex-governador Max Mauro, firmou um contrato com a empresa responsável pela obra, dando a ela a concessão para cobrar o pedágio ao longo de 12 anos para que fosse quitada a dívida do Executivo com a construtora.

“Era uma cláusula alternativa, era o que acontecesse primeiro. Ou os 12 anos, ou o pagamento da dívida da obra da Terceira Ponte. Durante a vigência desses 12 anos, ou seja, de 1989 a 2001, seria cobrado o pedágio. Mas em 1998 o governo Vitor Buaiz encampou, por assim dizer, a Terceira Ponte e pagou o restante que ainda devia à empresa”, comentou.

Para Max Filho, na oportunidade a ponte já havia sido paga. “Na nossa avaliação a ponte já havia sido paga, pela quantidade de veículos que passava. Eu me lembro que, quando a ponte foi projetada, ela foi projetada para um fluxo de 12 mil carros por dia. Quando foi feita a nova licitação, no governo Vitor Buaiz, quando foi feita a concessão por mais 25 anos, já passavam 65 mil carros por dia”, explicou.

Aquaviário

Convidado do colegiado, o ex-prefeito de Vila Velha Max Filho defendeu o retorno do aquaviário

O retorno do transporte aquaviário também foi defendido tanto pelo convidado quanto pelo presidente da comissão especial. Max Filho lamentou que o modal tenha sido extinto. O ex-prefeito de Vila Velha chegou a tentar trazer o transporte de volta em uma parceria com o então prefeito de Vitória, Luciano Rezende, mas esbarrou em barreiras jurídicas. 

“O aquaviário foi extinto e até hoje não voltou. Diga-se de passagem, foi extinto no mesmo governo que assinou o contrato de concessão da Rodosol. No governo de Vitor Buaiz, Renato Casagrande (PSB) foi vice-governador. Naquele momento ali acabou o aquaviário. Eu era deputado estadual e me insurgi contra aquilo”, afirmou.

O deputado Carlos Von  também lamentou o fim do aquaviário. O parlamentar entende que o transporte seria uma importante alternativa para desafogar o trânsito da Terceira Ponte e lamentou que as tentativas para o retorno do modal tenham sido frustradas.

“Eu acredito que isso ajudaria muito a diminuir todo esse tráfego que existe hoje na Terceira Ponte. A gente não entende por que foi extinto o aquaviário, primeiramente, e por que essa dificuldade toda pra voltar. Se dois prefeitos, ali em poucas reuniões conseguiram viabilizar, mas de alguma forma a gente viu ali uma força muito grande contra todo aquele trabalho que vocês fizeram”, concluiu.

Transposição

Na ocasião, o presidente do colegiado propôs a transposição do prazo da comissão para a próxima sessão legislativa (2022). A medida foi acatada pelo deputado Delegado Danilo Bahiense (sem partido) e, portanto, aprovada.

Por João Caetano Vargas


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