Importância do eucalipto é pauta na Tribuna da Assembleia Legislativa

O representante da Associação dos Madeireiros de Santa Teresa, André de Souza Amado Alve | Foto: Lucas S. Costa

Depois de mais de um ano, desde março de 2020, a Tribuna Popular da Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales) voltou a receber cidadãos para falar sobre temas importantes para a sociedade capixaba. Nesta segunda-feira (6), durante a sessão ordinária híbrida, os assuntos abordados pelos convidados foram o eucalipto e seus benefícios e a atuação do Núcleo Otacílio Coser da Ales.

O representante da Associação dos Madeireiros de Santa Teresa, André de Souza Amado Alves, biólogo que atua na área florestal naquele município, disse que a ausência do eucalipto pode afetar diretamente florestas nativas do estado. Ele solicitou apoio à causa do eucalipto e pediu que o cultivo da espécie seja preservado.

O biólogo apela para que haja diálogo com as grandes indústrias de papel e celulose com o objetivo que uma pequena parte do eucalipto permaneça nos municípios, pois os pequenos empresários não conseguem fazer frente à grande indústria. A falta de floresta cultivada, nesse caso, o eucalipto, pode afetar a mata nativa, de acordo com Amado Alves.

O convidado ainda afirmou que é preciso desmistificar a ideia de que o eucalipto prejudica o solo, as nascentes e os ecossistemas. E que Santa Teresa está sendo ocupada por loteamentos que tomam lugar da floresta de eucalipto.

Amado disse que não se trata de abrir novas frentes de desmatamentos, mas apontou que os recursos madeireiros estão ficando escassos. O biólogo citou exemplos do uso do eucalipto, como na produção de energia, laminação, embalagens para alimentos e outros fins.

A preocupação, apontou, é de que as serrarias fechem devido à falta do eucalipto em Santa Teresa, pois a atividade econômica garante muitos empregos na cidade. O biólogo teme que a falta da espécie possa levar à procura de outras madeiras da mata nativa, conforme apontou ao responder à intervenção do deputado Theodorico Ferraço (DEM).

O deputado Hudson Leal (Republicanos), que indicou o palestrante, disse que apenas as grandes empresas têm recursos financeiros para investir durante quatro ou cinco anos para esperar a madeira se desenvolver. O deputado se comprometeu a fazer gestão com o presidente da Casa, Erick Musso (Republicanos), junto às grandes empresas em favor dos pequenos empresários.

Núcleo Otacílio Coser

Carlos Ajur, do Núcleo Otacílio Coser, falou sobre trabalho da entidade no apoio ao terceiro setor | Foto: Lucas S. Costa

O coordenador do Núcleo Otacílio Coser de Apoio às Organizações da Sociedade Civil da Ales e membro do Conselho Estadual de Assistência Social, Carlos Ajur, participou da Tribuna Popular para falar sobre esse núcleo da Ales. Ressaltou que a Casa dá um exemplo para o Brasil ao implantar um serviço de apoio e orientação às organizações da sociedade civil.

Ajur destacou que o trabalho tem auxiliado principalmente as pequenas organizações que estão em áreas de vulnerabilidade e comunidades carentes. Disse que o poder público completa com certa dificuldade o apoio a essas organizações e que o Legislativo estadual, além de implantar esse serviço, homenageia o capixaba Otacílio Coser e sua família. Coser foi um dos maiores empresários do Espírito Santo, com forte atuação no comércio exterior, cafeicultura, infraestrutura e mercado imobiliário.

Ajur explicou que o Núcleo Otacílio Coser vem ajudando as pequenas organizações e projetos sociais na Grande Vitória com apoio técnico e jurídico. Ele citou particularmente a Região V (Grande Jucu), de Vila Velha, e relatou que mais de 30 organizações em todo o estado recebem apoio.

Os deputados Bruno Lamas (PSB), Engenheiro José Esmeraldo (sem partido) e Theodorico Ferraço (DEM) elogiaram o trabalho de apoio aos projetos sociais realizados pelo Núcleo Otacílio Coser da Ales.

Tribuna Popular

A Tribuna Popular é uma oportunidade para que a população se manifeste sobre assuntos diversos, definidos com antecedência. É realizada a cada primeira segunda-feira do mês na parte reservada ao Grande Expediente da sessão ordinária. Conforme reza o Artigo 269 do Regimento Interno da Ales, o deputado é quem convida o cidadão para usar a tribuna da Casa por 15 minutos, com mais cinco minutos para apartes.

O orador que usar a tribuna poderá fazê-lo somente depois de seis meses. Para participar, basta procurar um deputado que possa indicá-lo a fazer uso da palavra na Tribuna Popular da Ales.

Por Aldo Aldesco


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