A festa vai começar: sinal verde para os desfiles no Sambão do Povo

Preparativos no Sambão do Povo para a realização dos Desfiles das Escolas de Samba | Foto: Leonardo Silveira

Uma pausa. Um silêncio. A pandemia da covid-19 atravessou a vida e o samba, interrompeu a marcação dos surdos, emudeceu as cuícas, desalinhou repiques e caixas, interrompeu a alegria de chocalhos e tamborins. Ficaram os tambores que todo sambista tem dentro do peito na expectativa da vacina, do retorno, de ouvir de novo o apito do mestre de bateria, o grito da agremiação na voz dos intérpretes.

No coração de suas comunidades, as escolas de samba não pararam. Recolheram-se quando lhes foi pedido, mas mantiveram-se guardiãs do sonho coletivo de um povo, construído a muitas mãos, que é o desfile na passarela do samba, fonte de renda e trabalho para tantas famílias.

Em meio às ações sociais que as agremiações fortaleceram ao longo da pandemia, nasceram os novos enredos, foram compostos os sambas, carnavalescos criaram as fantasias e alegorias que vão colorir o Sambão do Povo por três noites: hoje (07), amanhã (08) e sábado (09).

Como muito bem nos ensinaram Baden Powell e Vinícius de Moraes, “o bom samba é uma forma de oração”. E na procissão da cultura popular, com a vacina no braço, os barracões redescobriram o brilho e as formas que moldam sonhos em alegorias. Os ateliês, às vezes de uma costureira só, às vezes de muitos pares de mãos, não hesitaram a modelar, cortar, alinhavar, até tirar do papel as fantasias.

Os pavilhões estão novamente prontos para ser desfraldados e reverenciados por público e jurados. As surpresas das comissões de frente aguardam apenas a pista liberada para acontecer. Os instrumentos estão outra vez afinados. Sem nunca esquecer aqueles que perdemos, sopra o apito do mestre, abram alas para o povo do samba festejar a vida! O carnaval do Brasil começa aqui, sinal verde para o Carnaval de Vitória!

Ordem dos desfiles

Dia 07 (hoje): Grupo B

  • Unidos de Barreiros: “Nzinga, rainhas, guerreiras, negras”
  • Independente de Eucalipto: “Pássaro de fogo”
  • União Jovem de Itacibá: “Nossos poetas decantam aspectos, facetas e elementos das quatro estações do ano: uma ode sublime às forças da natureza, à cultura e à vida”
  • Mocidade Serrana: “Favela – Berço do Samba e da Imperatriz”
  • Tradição Serrana: “A Mágica do Saber, a Tradição conta para você”

Dia 08 (amanhã): Grupo A

  • São Torquato: “Misteriosa Atlântida: Lenda ou Realidade?”
  • Chega Mais: “Eu quero botar meu bloco na rua”
  • Chegou O Que Faltava: “Chegou a realeza dos campos dourados que alimentam a história. Sustendo da vida”
  • Mocidade da Praia: “Solis, o alvorecer da humanidade”
  • Rosas de Ouro: “Gênesis – momentos da criação”
  • Pega no Samba: “Abayomi”
  • Império de Fátima: “Uma índia, um negro, diferentes crenças, costumes e rituais… Um conto Tupi Yorubá”

Dia 09 (sábado): Grupo Especial

  • Jucutuquara: “O povo inteiro vai saber, é Jucutuquara que vem lá”
  • Imperatriz do Forte: “Em busca do 10”
  • Novo Império: “Santo Antônio, Olhai por nós”
  • Boa Vista: “O pássaro de fogo traz a boa nova… É tempo de amar!”
  • MUG: “O Leão em caravana traz ao palco da folia a imagem e a semelhança com um quê de fantasia”
  • Piedade: “Da riqueza do café, sua força e majestade”
  • Andaraí: “Mulembá”

Por Brunella França


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