Em setembro do ano passado, o Papa foi à Eslováquia. Neste sábado, os eslovacos vieram a Roma para agradecer a visita. Enaltecendo a acolhida recebida, Francisco falou da importância de refugiar quem foge da guerra, pois assim se realiza não só um ato de caridade, mas também de fé, ao reconhecer Jesus no irmão e na irmã.
O Papa Francisco acolheu na manhã deste sábado, na Sala Paulo VI, cerca de quatro mil peregrinos da Eslováquia, que vieram ao Vaticano para agradecer ao Pontífice a visita que fez ao país em setembro de 2021.
Integravam o grupo autoridades civis e eclesiásticas, como o presidente do Parlamento eslovaco, Boris Kollár, e o Presidente da Corte Constitucional, Ivan Fiačan. Outra presença marcante foi a do cardeal Jozef Tomko, o membro mais idoso do Colégio Cardinalício com 98 anos, que reside em Roma na qualidade de prefeito emérito da Congregação para a Evangelização dos Povos.
Em seu discurso, o Pontífice saudou a todos, recordando as etapas de sua viagem apostólica. “Foi para mim um grande prazer ver como a Igreja na Eslováquia vive a riqueza da diversidade dos ritos e tradições, como uma ponte que une o Ocidente e o Oriente cristão.”
Como fez em Bratislava e em outras cidades, Francisco encorajou novamente os eslovacos a promoverem a cultura do encontro, que se constrói na busca da harmonia entre as diversidades, segundo o estilo de vida proposto pelo Evangelho. Esta mesma harmonia, constatou o Papa, às vezes é ferida pelos pecados e limites humanos. “Por isso, durante a minha visita, rezamos também pela cura das feridas”, acrescentou, exortando os peregrinos a invocarem sempre o Espírito Santo, criador da harmonia e bálsamo das feridas.
Acolher é um ato de fé
Francisco citou de modo especial o encontro com a comunidade de ciganos, e apreciou a notícia de que o tapete usado naquela ocasião foi reaproveitado e distribuído entre as famílias do bairro, para o acolhimento das visitas.
E ao falar em acolhimento, enalteceu o refúgio oferecido no contexto “trágico da guerra” na Ucrânia a inúmeras mães e crianças obrigadas a fugir.
“Olhando para seus olhos, vocês são testemunhas da violência que a guerra provoca aos laços familiares, privando os filhos da presença do pai, da escola, e abandonando os avós. Eu os exorto a continuarem rezando e trabalhando pela paz, que se constrói na vida de todos os dias, inclusive com gestos de caridade acolhedora.”
Quem acolhe um necessitado, não realiza somente um ato de caridade, mas também de fé, porque reconhece Jesus no irmão e na irmã, afirmou ainda o Papa, recordando que o acolhimento dos eslovacos se manifestou também para com os cubanos.
Francisco concluiu citando os santos Cirílio e Metódio e confiando os peregrinos à materna proteção de Nossa Senhora das Sete Dores, padroeira da Eslováquia: “Que ela os acompanhe no caminho e os ensine a consolar e levar esperança. Aquela esperança que jamais desilude e que tem um nome: Cristo Ressuscitado!”
Ao final da audiência, antes de conceder a bênção apostólica, o Papa se desculpou por cumprimentá-los sentado, obedecendo a ordens médicas, para não sobrecarregar o seu joelho.
Bianca Fraccalvieri | Vatican News
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