Você sabe o que é um condomínio leiteiro? No ES, Sooretama tem um

Proposta de cooperativa agropecuária conta com apoio do Bandes para implantação do projeto

Uma alternativa para a sustentabilidade de propriedades rurais está na fase final de implementação em Sooretama, região norte do Espírito Santo, e conta com o apoio do Banco de Desenvolvimento do Estado. A iniciativa é da Cooperativa Agropecuária Centro Serrana (Coopeavi), que teve projeto aprovado em 2021 e vai implementar o primeiro sistema de condomínio leiteiro no município.

O presidente da cooperativa, Denilson Potratz, ressaltou que o projeto vai garantir mais qualidade ao leite, preço justo e, consequentemente, mais qualidade de vida também para os produtores. “Todos os equipamentos serão de última geração para oferecermos o melhor produtor e assim melhorar a qualidade do nosso leite, gerando mais renda para os produtores que aderirem ao programa”, explicou.

Na modalidade de condomínio produtivo, a empresa é responsável por toda a infraestrutura, tecnologia e pelo processo de produção, o que garante a qualidade e a padronização do produto. Já os produtores rurais participam da operação adquirindo cotas do condomínio, de acordo com o valor dos animais que vão alojar, com a perspectiva de remuneração futura.

A parceria entre a Coopeavi e o Bandes pressupõe o fomento do desenvolvimento da atividade leiteira, por meio da facilitação do produtor-condômino ao acesso às linhas de crédito para, por exemplo, adquirir resfriadores de leite, com juros bem abaixo do valor médio praticado pelo mercado.

Para o diretor de Negócios do Bandes, Marcos Kneip Navarro, essa é também uma oportunidade para os produtores que ainda não acessaram financiamentos. “Com essa facilidade de acesso a juros competitivos, estamos criando soluções para o futuro consorciado que pretende investir, já que os projetos podem ser elaborados pela própria cooperativa, de maneira mias simplificada e acessível ao produto”, pontuou.

O gerente de Negócios do Bandes, Ricardo Teixeira, destacou que o projeto é alicerçado no coletivo. “Famílias produzindo de forma independente, com dificuldades de mão de obra, vão passar a contar com a cooperativa, que as auxilia na produção e os animais recebem assistência técnica intensiva e alimento balanceado até a comercialização”, complementou.

Atualmente, todos os investimentos do projeto já foram realizados e, com a aquisição de tanques de resfriamento para armazenamento e transporte do laticínio, o processo de ordenha já está em funcionamento. As vendas de cotas estão previstas para o segundo semestre e a cooperativa já iniciou a fase de pré-inscrições, com oportunidades voltadas para mais de 18 mil cooperados.

O gerente de Bovinocultura e Assistência Técnica da Coopeavi, Filipe Ton Fialho, disse que o crescimento do setor leiteiro brasileiro foi crucial para o desenvolvimento deste projeto. “Em outros estados brasileiros, a produção de leite conta com terrenos exclusivos para o seu desenvolvimento, diferentemente do que ocorre no Espírito Santo. Aqui a produção leiteira tem que competir com outras culturas de plantio, como a cafeicultura e a produção de pimentas”, frisou.

Fialho acrescentou que as fazendas leiteiras brasileiras estão sendo modernizadas, com a aquisição de novas tecnologias que intensificam ainda mais a produção. “Assim, a Coopeavi idealizou este projeto, que é pioneiro no Estado, para que os produtores capixabas não percam espaço e tenham uma alternativa eficiente para comercialização de seus produtos”, salientou.

“Agora, temos uma projeção de produção para quatro a seis mil litros de leite diariamente e, com o projeto em fase de pré-inscrição, estamos em um estágio de análise da quantidade de produtores a serem beneficiados. Entendo que direcionaremos nossos esforços para uma produção ampla, inovadora e sem perda de recursos pelos 54 hectares da iniciativa”, completou Fialho.

Por Bárbara Deps Bonato e Wilson Igreja Campos


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