Câncer de pulmão, que afetou Rita Lee, é o segundo mais incidente no mundo

O principal fator de risco para o desenvolvimento do câncer de pulmão, é o tabagismo, que pode estar relacionado a 85% dos casos. Segundo especialista, mesmo após a cura, o câncer pode voltar

A cantora Rita Lee, que morreu nesta segunda-feira (9) aos 75 anos, havia anunciado em 2021 o início de seu tratamento contra um câncer de pulmão. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), este é o segundo câncer mais incidente no mundo, com 2,2 milhões de novos casos (11,4%). 

No Brasil, a oncologista Juliana Alvarenga Rocha, afirma que o câncer de pulmão é o terceiro mais comum em homens e o quarto mais comum em mulheres. Ele costuma ser diagnosticado depois dos 50 anos, geralmente na faixa dos 60 aos 70 anos, como era o caso de Rita Lee. Ainda segundo a especialista, estudos mostram que o hábito de fumar pode ser responsável por até 85% dos casos. 

“O risco de um fumante desenvolver câncer de pulmão é de cerca de 20 a 60 vezes maior que o risco de um não fumante. Mesmo para o tabagista passivo, aquele que apenas inala a fumaça do cigarro, o risco é de pelo menos três vezes mais que o de uma pessoa não exposta. Quanto maior o consumo de tabaco, maior o risco de desenvolvimento do câncer de pulmão”, alerta Juliana. 

A boa notícia, segundo Juliana, é que o raciocínio inverso é verdadeiro: as pessoas que param de fumar reduzem consideravelmente o risco de desenvolver câncer.

O cigarro, contudo, não é o único fato de risco. Juntam-se a ele: – Histórico familiar de câncer de pulmão;

  • – Exposição à substâncias como radônio, arsênico, cromo, níquel, fuligem e amianto;
  • – Radioterapia anterior na região do tórax;
  • – Poluição do ar e doenças pulmonares como a tuberculose.

Tipos de câncer de pulmão

De modo geral, o câncer de pulmão é classificado em dois grupos: os carcinomas de células pequenas (tumores mais agressivos) e os carcinomas de células não-pequenas.  

“Esse segundo tipo subdivide-se em três categorias: o adenocarcinoma, com origem nas células dos alvéolos, que produzem muco, e é mais comum em não fumantes; o câncer de células escamosas, ou epidermoides, que começa nas células achatadas dos pulmões e é causado pelo fumo; e o câncer de células grandes, que começa em células grandes do pulmão”, detalha Juliana. 

Já o câncer de pulmão de células pequenas representa menos de 20% dos casos e quase sempre está associado ao uso de tabaco, conforme diz a oncologista. “Geralmente começa nos brônquios, mas cresce rapidamente e se espalha para outras partes do corpo, incluindo os gânglios linfáticos”. 

Mesmo após tratamento, câncer pode voltar

Em abril de 2022, Beto Lee, filho de Rita Lee, anunciou que a mãe estava curada do câncer. No entanto, Juliana Rocha explica que mesmo após um tratamento de sucesso, o câncer pode voltar. 

“A medicina não é uma ciência exata, por isso é muito difícil garantir se o câncer vai voltar ou não, por mais que o tratamento executado tenha sido o ideal. O que se sabe é que um câncer pode recidivar quando pequenas áreas de células tumorais permanecem no corpo após o tratamento. Normalmente, isso ocorre quando a doença foi diagnosticada já num estágio mais avançado. Assim, apesar de todo o tratamento, algumas células do tumor, invisíveis a olho nu e indetectáveis pelos exames de imagem modernos, ainda permanecem no organismo”, explica a oncologista. 

Esse retorno pode acontecer semanas, meses ou mesmo anos depois do momento em que o câncer primário ou original é tratado. A chance depende de vários fatores como, por exemplo, a localização e o tipo do câncer primário, além das características da anatomia patológica e clínicas do paciente.

“Por isso, mesmo após o término do tratamento, o paciente deve manter uma rotina de consultas e exames de maneira periódica, com a finalidade de detectar uma eventual recidiva”, indica Juliana.

Por Maíra Mendonça


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