Capacitação para cooperados foi realizada por médica da Noruega com o objetivo de treinar profissionais usando equipamento simulado de compressão externa da aorta em casos obstétricos e não obstétricos
A hemorragia pós-parto é uma das principais causas de mortalidade materna no mundo. No Brasil, ela ocupa a segunda causa de morte materna, perdendo apenas para os distúrbios hipertensivos. Em meio ao cenário, cooperados da Maternidade Unimed Vitória, na capital do Espírito Santo, participaram de um treinamento com a médica anestesista-obstetra Grethe Heitmann, do Hospital de Ostfold, na Noruega, com o objetivo de combater as hemorragias pós-parto.
A capacitação aconteceu ao longo da última terça (13) e quarta (14) e sexta-feira (16). Durante o treinamento, a médica utilizou um equipamento simulado de compressão externa da aorta em situações obstétricas e não obstétricas para mostrar como deve ser feito o procedimento. No Brasil, essa técnica ainda é pouco conhecida, mas é uma prática inovadora que pode ter grande diferencial, se implementada nos hospitais.
A iniciativa faz parte de um projeto internacional realizado pela Grethe Heitmann chamado “External Aortic Compression (Exac)”. O Espírito Santo foi o primeiro estado brasileiro a integrar o projeto, devido a uma parceria entre a universidade norueguesa e a Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). A Maternidade Unimed Vitória foi uma das instituições contempladas, entre maternidades e hospitais públicos de todo o Estado. Não houve custos para a Unimed Vitória.
Grethe trabalha para tentar reduzir esse grande problema em escala global, mas que afeta principalmente países mais pobres, como no continente africano. “É um trabalho árduo, de grande escala, que cria ramificações por meio de parcerias e que pode salvar muitas vidas caso o uso da técnica seja acrescida com maior efetividade nos hospitais”, ressaltou.
Replicar o conhecimento
A cooperada Theresa Cristina Leo participou do treinamento e achou o tema muito relevante, visto que a hemorragia pós-parto está presente no dia a dia dos ginecologistas e obstetras. “Trata-se de uma manobra simples e fácil de ser executada, desde que seja treinada, e pode ser aplicada a qualquer volume de sangramento pós-parto e por qualquer etiologia. Além disso, podemos replicar esse conhecimento a outros colegas e áreas afins, como enfermeiras e técnicas de enfermagem”, destacou a médica.
Quem também participou da capacitação foi o cooperado Tolentino Ferreira de Freitas Filho, que considerou o treinamento uma oportunidade para diminuir as mortes de mulheres por hemorragia pós-parto. “Esse é um problema muito comum no país. É importante aprendermos uma nova técnica, além de podermos desenvolvê-la na prática com ainda mais cuidado e atenção para cessar o sangramento”, afirmou.
Por Maíra Mendonça
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