Canudo biodegradável à base de babosa, milho e glicerol é criado por cientistas baianos

Foto: Divulgação/Secti

O descarte inadequado de plástico é uma das principais causas da poluição dos mares. De acordo com o Plastic Waste Makers Index, o mundo gerou 139 milhões de toneladas de resíduos plásticos de uso único em 2021. Isso inclui os canudos, que são um dos grandes vilões dos mares e levam até mil anos para se decompor. Nos últimos anos, as empresas têm procurado substituir esse produto. Em busca de inovar e entrar nesse mercado, um grupo de pesquisadores, de Vitória da Conquista, coordenado pelo professor Wilson Rodrigues, criou a startup BiotechLife e desenvolveu biocanudos a partir de materiais encontrados no sudoeste baiano.

O Biocanudo foi formulado a partir de milho, Mayzena Duryea, glicerol, Vetec, e gel da Aloe vera, conhecido como babosa, todos misturados à água destilada. “O protótipo produzido é consistente, maleável e íntegro até o tempo máximo de 15 minutos, estabelecido no ensaio quando inserido nos diferentes líquidos, nas temperaturas ambiente (25º C), refrigerado (7º C) e bucal (36º C). Estudos apontam que o tempo médio de vida útil do canudo plástico é de quatro minutos, o que torna o nosso produto aplicável comercialmente”, explica.

Segundo Wilson, a escolha das matérias-primas para produção do Biocanudo teve relação com a composição química das substâncias. “A amilose presente no amido em solução é responsável pela capacidade de formação de biofilme. Quando adicionado ao gel Aloe vera, forma uma rede de fibras, o que propicia uma melhoria nas características mecânicas, como resistência e tração. Já o glicerol entra como agente plastificante à solução filmogênica, que reduz a fragilidade do filme e aumenta a flexibilidade e a extensibilidade do produto”, afirma.

O pesquisador destaca que o projeto pode contribuir positivamente para o desenvolvimento econômico regional e para o meio ambiente. “Na primeira etapa, foram utilizadas as folhas frescas de Aloe vera, obtidas de produtores rurais das cidades de Brumado e Rio do Antônio, o que poderá impactar em uma nova renda para região. Além disso, a idealização da proposta tem importância significativa para a sociedade, pois contribui para a preservação do meio ambiente, também promove a conservação da vida marinha, a promoção da saúde humana, a mudança de comportamento e o avanço tecnológico”.

A startup é uma das aprovadas do Edital Centelha, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb). Outros parceiros do projeto são a Universidade Federal da Bahia (Ufba), Campus de Vitória da Conquista, e a Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb), Campus de Itapetinga. “Os próximos passos são a regulamentação da fabricação do Biocanudo dentro da incubadora de empresas da Ufba e análises físicas e químicas do produto junto à equipe de Controle de Qualidade da BiotechLife”, diz Wilson. Também compõem a equipe do projeto os pesquisadores Talisson Dias, Dayse Alexia de Carvalho, William Soares e Erica da silva.

Bahia Faz Ciência

A Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) e a Fundação de Amparo à Pesquisa da Bahia (Fapesb) estrearam no Dia Nacional da Ciência e do Pesquisador Científico, 8 de julho de 2019, uma série de reportagens sobre como pesquisadores e cientistas baianos desenvolvem trabalhos em ciência, tecnologia e inovação de forma a contribuir com a melhoria de vida da população em temas importantes como saúde, educação, segurança, dentre outros. As matérias são divulgadas semanalmente, sempre às segundas-feiras, para a mídia baiana, e estão disponíveis no site e redes sociais da Secretaria e da Fundação. Se você conhece algum assunto que poderia virar pauta deste projeto, as recomendações podem ser feitas através do e-mail comunicacao.secti@secti.ba.gov.br.

Por Ascom/Secti


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