Exposição fica em cartaz de 05 a 15 de outubro, no Teatro Módulo, na Pituba
A capital baiana recebe a exposição “As Cores no Cangaço”, do artista plástico iraraense João Martins, com 21 obras inéditas que apresentam o lado humano e antropológico da cultura do Cangaço, com seus hábitos e costumes, roupas e utensílios que conferem aos cangaceiros e cangaceiras uma imagem ao mesmo tempo forte e colorida. A exposição será lançada na próxima quinta-feira, dia 05 de outubro, às 17h, na Sala Carlos Bastos, no Teatro Módulo, no bairro da Pituba, e ficará aberta para visitação até o dia 15 de outubro, com entrada gratuita.
Conhecido como “O Poeta da Cor”, João Martins desenvolveu as peças desta coleção a partir de pesquisas realizadas em obras e documentos de diversos historiadores que retratam essa importante parte da história e cultura nordestinas. “É a partir desse sentimento poético, inspirado no Cangaço, que procurei mostrar o aspecto figurativo do Sertão de sempre, tanto histórico, quanto festivo, numa linguagem colorida e alegre, entre bandeirolas, sanfonas e mandacarus, que compõem o bonito e típico cenário da Caatinga, com suas frutas e passarinhos”, destaca João Martins.
As obras retratam esse universo do Cangaço, formado por homens e mulheres comuns que se insurgiram, por volta da primeira metade do século XX, contra a opressão, os latifúndios, a injustiça social, e a dura realidade do Sertão nordestino. Porém, a coleção apresenta outro lado dos temíveis cangaceiros, que eram também vaidosos, gostavam de festas, danças, e demonstravam muita religiosidade, apesar do banditismo rural que amedrontava os fazendeiros e todo o povo sertanejo. “É esse o meu contexto artístico e onírico sobre o Cangaço, que apresento nessa exposição com todas as cores da minha poesia”, concluiu o artista João Martins.
Entre os destaques da exposição, como não poderia deixar de ser, estão as duas figuras mais emblemáticas desse movimento sertanejo: Lampião e Maria Bonita. Líder do bando, o corajoso alfaiate Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, era também um homem ligado às artes, que tinha bom gosto, criatividade e um estilo próprio nas costuras e bordados, roupas e utensílios, figuras e símbolos que ele criava com muito apuro estético, e que viraram marca registrada de seu bando.
A exposição destaca também a presença marcante de Maria Bonita, a musa e companheira de Lampião, que foi a primeira mulher a entrar para o bando de cangaceiros, transformando-se numa figura notável do Cangaço. Além de bonita, ela era também muito vaidosa, gostava de jóias, enfeites e perfumes. Tão valente quanto afeiçoada, submissa e empoderada, ela entrou para a história como a Rainha do Cangaço.
Por Gabriela da Fonseca
Siga A IMPRENSA ONLINE no Instagram, Facebook, Twitter e YouTube e aproveite para se logar e deixar aqui abaixo o seu comentário