Alta de casos de hepatite A traz alerta para risco de surto

Foto: Freepik

Saúde

Em São Paulo houve um aumento de 55% no número de casos. Transmissão por contato íntimo vêm crescendo, e surtos por essa via já foram descritos no Brasil

A tendência de alta em casos de hepatite A em São Paulo vem deixando a comunidade médica em alerta. Em todo o ano passado foram registrados 145 casos na cidade, enquanto este ano já foram contabilizados mais de 225 casos, isto é, 55% a mais do que o ano anterior, com o agravante de ter ocorrido um óbito. 

Além do Brasil, surtos por essa via de transmissão já foram descritos em países como Itália, EUA, Japão e Inglaterra. A hepatite A é uma doença causada por um vírus que atinge o fígado. O vírus da hepatite A é encontrado nas fezes e no sangue da pessoa infectada. “Essa é uma doença muito contagiosa e transmitida quando uma pessoa ingere o vírus de forma inadvertida, mesmo que em quantidades mínimas, por meio de contato íntimo com o infectado ou por meio de água ou comida contaminada”, detalha a infectologista Ana Carolina D’Ettorres.

“Como o tipo de transmissão mais comum é por via fecal-oral, quer dizer, por meio do contato de fezes com a boca, é muito importante ficar atento para evitar algumas práticas de risco durante o sexo. A maioria dos casos a hepatite A tem curso benigno, mas os riscos aumentam conforme a idade”. Os sintomas podem durar até dois meses, com dor abdominal, vômitos, icterícia, fadiga, febre, dores musculares e, em casos mais graves, insuficiência hepática, a falência do fígado. 

“A hepatite A é uma doença autolimitada, isso significa que não se torna crônica, como outras formas de hepatites virais. A boa notícia é que a hepatite A pode ser prevenida por meio de vacina”. A especialista explica que a vacina é inativada e indicada para todos acima de 12 meses de idade. 

As sociedades brasileiras de Pediatria (SBP) e de Imunizações (SBIm) recomendam a aplicação rotineira aos 12 e 18 meses de idade, ou o mais cedo possível, quando a vacinação não ocorrer nestas idades recomendadas. O Programa Nacional de Imunizações (PNI) alterou, em 2017, a faixa etária do esquema de dose única da vacina para crianças entre 15 meses e antes de completar 5 anos de idade. Pelo SUS a vacina está disponível para crianças de 12 meses a 5 anos e imunodeprimidos. Ana Carolina alerta que a vacina é muito importante para pessoas sexualmente ativas. 

Por Marcella Andrade


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