O primeiro dia de visitas da comitiva do Programa de Intercâmbio AgroBrazil da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) foi dedicado a produção de frutas e a conhecer as atividades na Fazenda Modelo Paulo Mizote, em Barreiras.
“Somos um continente, com uma diversidade marcante e quando trazemos representantes de embaixadas para conhecer nossos sistemas produtivos, muitos deles tecnificados, mostramos que o Brasil está comprometido com a agenda internacional de proteção ao meio ambiente e que se propõe a produzir mais com sustentabilidade”, afirmou o diretor de Relações Internacionais da CNA, Gedeão Pereira.
O grupo composto por 10 delegações estrangeiras interagiu com os alunos do curso Supervisor Agrícola da Fazenda, que simula os processos de uma propriedade com foco nas principais culturas da região (grãos e algodão).
“A Austrália tem uma forte relação com a agropecuária de forma geral com o Brasil. Já visitamos varias áreas do País como Mato Grosso e Rio Grande do Sul, vi varias coisas interessantes sobre as lavouras aqui como o algodão, que são muito relevantes para a Austrália também. Podemos explorar mais oportunidades de negócios e investimentos”, avaliou Richard Gregory Wallis, comissário sênior de Negócios da Agência de Promoção de Exportação, Investimento e Educação da Austrália (Austrade).
Depois da Fazenda Modelo, o grupo visitou a Frutas a Mariinha, que recebe esse nome em homenagem a mãe do produtor, Josiel Menezes, um dos seis irmãos donos da propriedade.
“A frutas Mariinha é um conceito. Criamos esse conceito de segurança alimentar, fruta verticalizada e de qualidade porque o mercado e o mundo mudaram. Sendo pequeno ou grande você tendo um conceito você consegue alcançar melhores mercados. Por isso produzimos frutas de qualidade com expertise para atender esses mercados”, afirmou Menezes.
O forte da Mariinha é o mamão, que está sendo produzido de olho nas exportações, com controle e monitoramento constante de pragas e rastreabilidade da fruta, que eles fazem por meio do sistema Agri Trace da CNA. A família inclusive está montando um selo para começar a ano que vem.
“Ter vocês aqui é uma honra porque são mais pessoas conhecendo nossa produção, os processos e a contextualização do nosso conceito, porque não queremos abraçar tudo, mas ter um espaço estabelecido.”
São 130 hectares de mamão com produção prevista de 150 toneladas hectare/ano. A família também produz maracujá, melancia, limão e alface em sistema dê hidroponia. Atualmente vendem para São Paulo e Brasília.
A produção de banana prata e nanica ocupa 70 hectares da Fazenda Santa Helena, segunda propriedade de frutas visitada pelo grupo.
O produtor investiu em tecnologias que garantem a produção de 70 toneladas/hectare por ano, enquanto a produção nacional está na faixa de 12 toneladas/hectare ano.
“Investimos em controle da água, adubação e monitoramento preventivo de pragas, isso tudo garante que nossas bananeiras produzam mais do que em outras regiões do país”, garante David Schmidt, um dos donos da propriedade.
Além da tecnologia investida, o produtor desenvolveu um sistema de rastreabilidade vegetal com QR Code onde é possível identificar detalhes mínimos da produção. Outra frente de investimentos da fazenda é na liofilização da fruta (processo de desidratação de alimentos a baixas temperaturas, onde o alimento é congelado e a água é retirada por sublimação), que aumenta o tempo de prateleira do produto. A técnica está em fase de testes e em breve estará no mercado.
“Esse processo mantém todas as qualidades nutricionais da banana, não é adicionado nada, nem açúcar ou conservantes. Além disso, aumento de dois ou três dias para dois anos de prateleira. Já desenvolvemos um protocolo para banana e coco e estamos na elaboração da embalagem. Nosso objetivo com a liofilização é garantir um produto mais natural possível ao consumidor,” afirmou Moisés Schmidt, produtor e também presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Barreiras.
A fazenda vende para a região central do País, mas o foco dos produtores é na exportação da fruta.
“O AgroBrazil é um momento ímpar de mostrar o potencial agrícola do Brasil e as qualidades regionais como a produção do oeste da Bahia. Com certeza oportunidades como essa vão se intensificar porque é um meio de comunicar ao mundo nossas qualidades como produtores de alimentos”, afirmou Moisés Schmidt.
Para o conselheiro da Embaixada de Cuba, Yoneski Gutiérrez, a experiência foi enriquecedora, porque ele pôde conhecer a experiência brasileira na produção de alimentos, que servirá como exemplo para Cuba, que segundo ele, tem um clima tropical que favorece a produção agrícola assim como o Brasil.
Nesta terça (6) a comitiva visita a produção de grãos e confinamento de gado.
Fonte: Assessoria de Comunicação CNA.