Obras sinfônicas inspiradas em manifestações da natureza, como o canto dos pássaros, os sons do mar, as chuvas e as estações do ano. O conceito-tema da Temporada 2023 da Orquestra Sinfônica do Espírito Santo (Oses) é um verdadeiro tributo à natureza. Serão diversas apresentações, divididas em séries, como as já tradicionais Quarta e Quinta Clássicas, Pré-Estreia e Concertos Sinfônicos, além das séries de formação de plateia, como os Concertos Didáticos, Orquestra nas Escolas, Sinfônica no Parque, com uma apresentação especial de Dia das Mães e a Série Concertos Itinerantes em outras cidades do estado, para além da Grande Vitória.
Abrindo oficialmente a temporada de concertos de 2023, nos dias 12 e 13 de abril, às 20 horas, no Sesc Glória, em Vitória, a Oses vai apresentar obras de dois compositores brasileiros: “Nhanderú”, de Clarice Assad, e “4 Canções da Floresta do Amazonas”, de Villa-Lobos, com solo da soprano Rosana Lamosa. Além da “Sinfonia n. 1 – Primavera”, do alemão Robert Schumann, tudo sob a batuta do maestro Helder Trefzger.
Os ingressos custam R$ 20 (inteira), R$ 12 (conveniado) e R$ 10 (meia-entrada e cliente com credencial do Sesc) – à venda na bilheteria do Sesc Glória e também on-line, pelo LINK.
Quem assina a curadoria da temporada é o maestro, professor, pianista e também pesquisador de ópera, Gabriel Rhein-Schirato, que escolheu “Música e Natureza” como temática. “Cada compositor e obra escolhida faz uso particular desse tipo de tema, segundo sua cultura, suas escolhas estéticas e suas referências pessoais do que venham a ser as tais paisagens naturais. Sob esse ponto de vista, falar de natureza também conflui, organicamente, para o repertório brasileiro: nossa flora e fauna, nosso folclore, nossos povos originários, nossas memórias”, afirma.
Segundo Gabriel, a temporada ainda oferece um olhar a importantes figuras historicamente menorizadas. “Escolhemos dar luz a compositoras e compositores de altíssima qualidade que, por razões extramusicais, não foram eleitos como ‘gênios da música ocidental’, mas que podem – e devem – figurar nas salas de concerto pelo mundo afora”, conta.
Destaques da Temporada
“Nhanderú”, da brasileira Clarice Assad, se inspira nos rituais ancestrais das “danças da chuva” praticados por povos originários da Amazônia. A palavra Nhanderú significa, literalmente, “Deus” em tupi-guarani, e a obra de Assad explora, por um lado, sonoridades do mundo real e do próprio rito e, por outro, sonoridades abstratas e místicas na relação da Natureza com o Universo.
Veleiro, Cair da Tarde, Canção de Amor, e Melodia Sentimental, têm texto de Dora Vasconcellos, e fazem parte da “Suíte Floresta do Amazonas”, de Heitor Villa-Lobos. São melodias altamente expressivas, que também se remetem aos povos originários da floresta, desta vez sob uma estética mais romântica. Em 1959, o próprio Villa-Lobos regeu uma gravação da obra tendo, como soprano, a lendária Bidu Sayão.
Com sua Sinfonia n.1, intitulada “Primavera”, Robert Schumann dá continuidade à tradição das grandes sinfonias do repertório alemão, sucedendo diretamente a Ludwig van Beethoven e Franz Schubert. Estreada em 1840, quando o compositor tinha apenas 30 anos, a obra foi um sucesso imediato e é uma de suas obras orquestrais mais alegres e vibrantes.
Os convidados
A Temporada 2023 da Oses contará com solistas, maestras e maestros convidados, do Espírito Santo e de outros estados brasileiros, que foram cuidadosamente pensados para compor os espetáculos.
Por Tiago Zanoli, Danilo Ferraz e Juliana Nobre
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