Além de paz e beleza, as praias de Vila Velha tornaram-se o porto seguro de uma família de cinco refugiados (dois homens, uma mulher e duas crianças) venezuelanos assistida pela Prefeitura de Vila Velha há dois mês. Eles estão em abrigos municipais (Bom Samaritano e João Calvino, localizados nos bairros Santa Rita e Divino Espírito Santo, respectivamente).
Depois de entrar no Brasil via Roraima, há um ano, de passar inúmeras dificuldades na capital Boa Vista, ir para São Paulo com ajuda da Organização das Nações Unidas (ONU) e do Governo Federal, os cinco venezuelanos buscaram Vila Velha para reconstruir suas vidas e voltar a sonhar. O trabalho de abordagem, encaminhamento e abrigo é realizado por equipes da Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas).
“Eu não conseguia arrumar emprego em Roraima e em São Paulo. Em Vila Velha consegui abrigo para mim e para minha família e trabalho. A cidade é bonita, tem praias lindas”, ressalta o soldador David Jesus Brito, de 22 anos, que retornou ao mercado de trabalho em sua profissão de origem na Venezuela ao lado do irmão Victor Manuel Brito Silva, 20. Os dois trabalham em uma empresa de metalurgia de Vila Velha.
Quando deixou a cidade de Maturín, localizada na província de Monágas, ao norte da Venezuela, ao lado da esposa Rosangela Delvalle Perez Brito, 21; e das filhas Daviangela Sofia Brito Perez, 3; e Daviangelis Nazareth, de 1 ano (nascida no Brasil); o salário mínimo no país vizinho era de apenas US$ 20,00 (o equivalente a R$ 82,00).
“As perspectivas em Vila Velha são muito melhores. Trabalhamos para conseguirmos alugar uma casa e também para ajudar nossos familiares que permanecem na Venezuela”, declara Victor.
Abordagem social
Equipes do Serviço Especializado em Abordagem Social (Seas) da Semas iniciaram o atendimento aos venezuelanos refugiados assistidos pela Prefeitura de Vila Velha. Eles também passaram pelo Centro Especializado para População em Situação de Rua de Vila Velha (Centro Pop), localizado no bairro Divino Espírito Santo.
“O trabalho feito pela Semas com as pessoas em situação de rua ou quem está em um contexto de vulnerabilidade social é baseado na busca pela retomada da autonomia desse público. Mais importante do que abrigar, alimentar ou vestir, é transformar de forma efetiva a realidade de cada indivíduo”, seja brasileiro ou estrangeiro, afirma a secretária municipal de Assistência Social, Ana Cláudia Simões.
Texto: Érico Miranda.