Parlamentares especulam sobre possibilidade de lockdown no ES

Medida tem como característica restrição do movimento dos cidadãos e autorização de funcionamento apenas de algumas atividades essenciais | Foto: Tati Beling

A probabilidade de decretação do fechamento de todos os serviços não essenciais e da limitação da circulação de pessoas no Espírito Santo, o chamado lockdown, foi tema de discussão durante a sessão ordinária virtual realizada na tarde desta terça-feira pela Assembleia Legislativa (Ales). Algumas regiões do país vêm tomando a medida quando os serviços de saúde se aproximam de um colapso.

Quem primeiro abordou o assunto foi o deputado Torino Marques (PSL). Ele lamentou uma suposta movimentação de membros do Ministério Público com o intuito de forçar a decretação de lockdown pelo Estado e pelos municípios capixabas. “Não tem sentido fechar mais do que já está fechado”, afirmou.

Vandinho Leite (PSDB) fez coro com o colega. De acordo com o tucano o governador Renato Casagrande (PSB) estaria se articulando com outros poderes para a decretação do lockdown. Para o parlamentar se houvesse um programa de renda mínima as pessoas não teriam necessidade de sair para trabalhar e que o lockdown deveria ser avisado com antecedência para as pessoas se prepararem. “Não podem ser pegas de surpresa”, disparou.

Já Alexandre Xambinho (PL) disse que a classe política deveria se unir no combate à pandemia e criticou aqueles que apostavam no “quanto pior melhor” e faziam “oposição por fazer”. Ele destacou que o Executivo estadual vinha enfrentando a pandemia com responsabilidade, porém, que parte da população não estava cumprindo as medidas de isolamento e distanciamento social, o que atrapalhava as ações do Poder Público.

“As pessoas não estão ouvindo o que as autoridades sanitárias estão falando, estamos vendo as ruas, parques e até campos de futebol lotados. Peço a população que atenda as autoridades. Estamos com amigos e familiares morrendo. Se o governo der lockdown vai ser por responsabilidade e compromisso com a vida e não para quebrar o comércio, mas responsabilidade com a saúde dos capixabas”, garantiu.

O deputado Adilson Espíndula (PTB) falou que o Estado estava ampliando a quantidade de leitos de enfermaria e UTI e divulgava os números da doença com transparência para manter a sociedade bem informada, mas que todo o esforço seria em vão se a população não ajudasse. Bruno Lamas (PSB) argumentou que era complicado liderar as ações em meio a uma crise sanitária quando o ministro da Saúde em exercício era uma general com formação na área de logística. “Imagine a dificuldade dos estados e até do governo federal?”, indagou.

Na visão de Iriny Lopes (PT) a falta de um comando único atrapalhava a organização do enfrentamento à pandemia no Brasil. Ela fez um discurso contrário as mudanças promovidas pelo governo federal na contabilização de infectados e mortos por Covid-19 e disse que era hora de o Estado pensar na implementação do lockdown para cortar a correia de transmissão do vírus. “O que precisa ficar aberto é supermercado, farmácia, coisas de primeira necessidade”, salientou.

Por fim Dr. Rafael Favatto (Patriota) apontou que tanto o sistema de saúde quanto o privado estavam com dificuldades para adquirir equipamentos de proteção individual (EPIs) para fornecer aos profissionais da saúde. Na opinião dele o trabalho realizado pela equipe da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) era bom e que continuava sendo contra a reabertura do comércio.

“Em algum momento vamos ter que fazer uma abertura gradual (do comércio), mas eu alertei o governador Casagrande que temos que ficar atentos às unidades hospitalares. Se chegar num patamar que precisa fechar tem que fechar porque a gente precisa proteger a população e os profissionais de saúde. Temos que estar atentos”, reforçou.

Por Gleyson Tete

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