Deputados do Espírito Santo criticam o movimento no feriadão e reabertura das escolas

Ales testou modelo híbrido e presidente conduziu trabalhos do Plenário | Foto: Larissa Lacerda

Discursos sobre possível retorno às aulas da rede estadual de ensino e a aglomeração em praias e bares no último feriadão no Espírito Santo foram destaque na sessão ordinária realizada nesta quarta-feira (9), pela manhã. Pela primeira vez, a Assembleia Legislativa testou o modelo híbrido para as sessões plenárias: o deputado Erick Musso (Republicanos) e o 2º vice-presidente, deputado Torino Marques (PSL) conduziram os trabalhos do plenário, enquanto os outros parlamentares participaram da sessão por videoconferência. O modelo de sessão híbrida será implantado a partir da próxima segunda-feira (14), na Ales.

Vários deputados opinaram que a exposição pela mídia de grande parte das pessoas se divertindo sem o uso de máscara demonstra que é um risco à normalização do funcionamento das escolas. Para o deputado Engenheiro José Esmeraldo (MDB), se a intenção da Secretaria de Estado da Educação (Sedu) for concretizada, muitos alunos vão levar a Covid-19 para dentro de casa. “E quem mais vai pagar por isso são os idosos mais pobres, que moram geralmente em pequenos locais cheios de gente”, advertiu.

Esmeraldo cobrou das prefeituras a aplicação de multa contra quem “não se importa com a vida dos outros” e sai de casa sem nenhuma proteção contra o novo coronavírus.

Cronograma da educação

O deputado Sergio Majeski (PSB) criticou o governo estadual por ter divulgado na última sexta (4), por meio da Secretaria da Educação (Sedu), o Plano de Retomada das Aulas Presenciais para a Educação Básica nas Escolas da Rede Estadual.

O documento está disponível para consulta pública no site da Sedu (www.sedu.es.gov.br) com prazo até 14 de setembro para que os pais de alunos se manifestem sobre o possível retorno das atividades escolares.

Majeski afirmou que voltar ou não às aulas não pode ser visto apenas como uma mera questão de opinião pública, mas uma decisão a ser chancelada por especialistas renomados e sem vínculos com o Poder Público.

“Pesquisa por pesquisa, os próprios institutos especializados têm revelado que mais de 70% dos brasileiros são contra o retorno das aulas presenciais”, comentou.

Serviço público

A deputada Iriny Lopes (PT) disse que, além da volta às aulas, causa preocupação também o retorno das atividades nos órgãos públicos. Segundo ela, o governo estadual está convocando os servidores para trabalharem, mas falta definição de regras claras mediante diálogo no âmbito de todos os poderes da sociedade. 

Iriny também opinou que as aglomerações em praias e bares no feriado que se emendou ao final de semana demonstram o perigo de retorno imediato da normalidade.

“Estamos diante de um quadro no qual as pessoas estão relaxadas, achando que a vacina vai chegar logo, que podem fazer o que quiser. Elas podem fazer o que quiser consigo mesmas, mas não podem colocar a vida dos outros em risco”, alertou. 

Doutor Hércules (MDB) classificou de “assustadoras” as imagens de multidões aglomeradas sem uso de máscaras. “Quero ver o resultado disso nos números das estatísticas sobre a Covid-19 daqui a duas semanas”, avaliou.

Contradição

Janete de Sá (PMN) não quis opinar se era a favor ou contra o retorno das atividades presenciais nas escolas, mas considerou contradição não poder haver aulas, se por outro lado está havendo aglomerações sem uso de máscaras.

“Tem de ser oito ou 80. Ou pode ou não pode. Não pode ir para a escola, mas pode ir para os bares e as praias sem o uso de máscaras?” questionou, ao acrescentar que a Praia da Sereia (em Vila Velha) estava tão lotada que era difícil até caminhar.

A deputada, no entanto, apoiou o funcionamento presencial das atividades nos órgãos públicos, e fez um apelo para que o INSS normalize a análise dos processos de aposentadoria e de auxílio doença.

Segundo ela, milhares de trabalhadores não conseguem se aposentar e nem receber o auxílio doença devido à paralisação do serviço presencial no INSS.

De acordo com Janete, a situação desses trabalhadores se agrava ainda mais, pois eles não podem se cadastrar para receber o auxílio emergencial concedido pelo governo federal.

Por Wanderley Araújo


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