Associação de artesãos minerais de Morro do Chapéu recebe “ordem de despejo” por bilhete

Esculturas em formato de turbina eólica tem recebido grande numero de encomendas | Foto: Fabiano Neri, arquivo pessoal

A Associação de Artesãos Minerais de Morro do Chapéu recebeu “15 dias para tirar tudo” e devolver o imóvel onde fica sua sede. O coletivo foi informado por meio de um bilhete escrito à mão. Após ser procurada através da ouvidoria, prefeitura emitiu notificação extrajudicial. Associação de artesãos está no local há mais de 15 anos. 

Os artesãos contam com apoio da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM), que cedeu algumas máquinas e organizou o último curso de formação de artesão do município, em 2002. 

Segundo o documento recebido oficialmente pela associação, o terreno onde fica a sede foi cedido em regime de comodato para a Coelba. A nota assinada pelo secretário municipal de governo, Leandro Wilker, também alega que com o final do mandato atual a gestão precisa “se organizar para proceder aos atos inerentes à transição”. 

Já o bilhete, diz apenas “15 dias para retirar tudo. 22 (de outubro)”. O papel é assinado com uma rubrica e traz um número de telefone celular para contato.

Coletivo teve máquinas e último curso de formação cedidos pela CBPM | Foto: Ascom/CBPM

Mesmo estando em terreno cedido, o imóvel é visado para venda, pois tem amplo espaço e fica bem localizado, próximo à rodovia. A suspeita de haver comprador para a área, inclusive, já levou a registro de boletim de ocorrência na delegacia. 

Para o artesão Fabiano Neri, a entrega do imóvel pode significar o fim da associação. “Precisamos do espaço para instruir novos artesãos e artesãs. O que indiscutivelmente contribuiria para a retomada das atividades coletivas, trazendo como consequência, a manutenção dos trabalhos e a geração de emprego e renda”, diz Neri. 

A entrega do imóvel também vai acabar com a fonte de renda de Fabiano. O artesão construiu um galpão nos fundos da sua casa, mas a Coelba ainda não atendeu à solicitação de fornecimento de energia. Portanto, se a associação realmente perder a sede, Fabiano não terá como dar conta das encomendas que recebe.

Por Ascom/CBPM


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