Expedição Anamauê segue para Vitória(ES) neste sábado

Tripulação em Regência com grupo de salvavidas | Foto: Divulgação

Depois de passarem a virada do ano em Regência, ao norte do Espírito Santo, a 4ª edição da Expedição Anamauê segue na manhã deste sábado para a capital Vitória. Eles saíram no último dia 24, da sede da Canoa Polinésia Pataxó, em Arraial D´Ajuda, no sul da Bahia, com destino a Niterói (RJ), na praia de Jurujuba,  na base do Centro de Estudos do Mar – CEM, onde planejam chegar entre os dias 9 e 10.

Seis remadores e velejadores – três do estado do RJ e o restante do ES – já percorreram mais de 400km e com a chegada na capital capixaba vão praticamente completar metade do trajeto de 650 milhas nauticas,cercade 1.000km. Pela previsão de uma chegada de frente fria,a tripulação prevê ficar um dia em Vitória e seguir a expedição na segunda-feira, dia 4, para o sul do Espírito Santo, em Marataízes.

Alguns ajustes foram feitos no planejamento como conta o niteroiense Douglas Moura: “Temos uma previsão de frente fria no domingo, dia 3, para Vitória e região sul do ES, então nosso planejamento é ficarmos mais um dia lá e seguir uma perna maior para Marataízes ao invés de pararmos em Guarapari. Depois nosso planejamento é seguir para São João da Barra (RJ) e aí cruzamos o Cabo de São Thomé (região de Campos)que é o grande desafio de nossa navegação onde precisamos cruzar na hora certa, é um jogo de xadrez muito importante pra gente aquela região. Depois iremos para Macaé, Arraial do Cabo e estamos planejando ir direto de Arraial do Cabo para Niterói no que seria nossa maior navegação e milhagem náutica. Seria mais três dias no Espírito Santo e mais três até quatro dias no litoral do Rio de Janeiro”, detalhou.

Dos nove dias de expedição até aqui, eles navegaram e remaram em sete deles. O primeiro destino foi a praia de Corumbau, no município de Prado (BA), depois desembarcaram na praia do Prado (BA). Condições ruins impediram que a tripulação saísse no dia 26. No dia 27 foram para Nova Viçosa navegando e remando por 80km. Na segunda-feira tiveram que abortar a chegada na divisa com o Espírito Santo por uma tempestade e desembarcaram na praia de Mucuri, a Costa Dourada. O último trajeto antes da virada do ano foi até Regência, o maior deles com 100km onde aportaram na base da Canoa Polinésia Pataxó, comandada por Ranin Thomé, um dos líderes da 4ª Expedição Anamauê.

“Nesses dias tivemos que lidar com embarques e desembarques bem complicados no sul da Bahia na Costa Dourada e na entrada da Barra Nova que veio testando as habilidades da tripulação em tomadas de decisão e habilidades técnicas ao longo de todos os anos que temos de mar”, apontou Ranin.

O trajeto é inédito percorrendo o litoral sul da Bahia, todo o litoral do Espírito Santo, Norte, Região dos Lagos no Rio de Janeiro com previsão de chegada final é entre os dias 9 e 10. Os tripulantes estão dias inteiros no mar sem o auxílio de equipamentos eletrônicos, apenas bússola e carta náutica.

Ela está sendo feita por intermédio de uma canoa havaiana V6 adaptada com duas velas que ficou pronta em parceria com a CORE VA´A.
A expedição pode ser acompanhada pelo aplicativo SPOT pelo link https://maps.findmespot.com/s/FZ3J e também pelo instagram da equipe @anamauevaa com fotos, vídeos e stories. 

Os atletas estão levando seus mantimentos e equipamentos de dormir para quando não tiverem abrigo poderem dormir nas praias  mais remotas pelo litoral.

Confira a programação do trajeto dos remadores e velejadores:

Dia 24/12 Arraial D´Ajuda – Ponta do Corumbaú (BA): 30 milhas náuticas
Dia 25/12 Ponta do Corumbau (BA) – Prado (BA): 30 milhas
Dia 26/12 – Sem navegação – Condições ruins do mar
Dia 27/12 Prado (BA) – Nova Viçosa (BA)
Dia 28/12 Nova Viçosa (BA) – Mucuri (BA)
Dia 29/12 Mucuri (BA) – Barra Nova (ES): 30 Milhas Náuticas
Dia 30/12 Barra Nova – Regência (ES) : 54 Milhas Náuticas
02/01 Regência (ES) – Vitória (ES): 40 Mn
9º Dia – Vitória (ES) – Marataízes (ES): 55 Mn
10º Marataízes (ES) Barra de São João (RJ): 35 Mn
11º São João da Barra (RJ) Campos (RJ): 30 Mn
12º Campos (RJ) Macaé (RJ): 35 Mn
13º Macaé (RJ) Arraial do Cabo (RJ): 55 Mn
14º Arraial do Cabo (RJ) Niterói (RJ): 65 Mn

Tripulação:

Douglas Moura, natural de Niterói (RJ), mora em Jurujuba, tem 39 anos, fundador do Icarahy Canoa Clube, Niihau Aventuras Controladas e do Centro de Estudos do Mar. Capitão Amador, co-fundador do Anamauê e desbravador de diversas rotas de navegação de canoa havaiana e polinésia. Ele é atleta de Canoa Havaiana desde 2005. Em competição disputou provas como a Rio VA`A, Santo Amaro, Vendee VA`A (maior da europa e 2ª maior do mundo, na França), Vancouver Island Challenge (Canadá); Lotus VA`A Challenge. 

Ranin Thomé, 31 anos, natural de Regência (ES), é oceanógrafo, instrutor e atleta de Va´A, do clube CPP Extreme. Apaixonado por canoa polinésia e com experiência em velejadas, construção de canoas e longas travessias.

Dayana Gualberto, de 33 anos, reside em Regência (ES) . Professora e instrutura de Va´A do CPP Extreme . Idealizadora do projeto social Cablocos para o Planeta , experiências em travessias de vela oceânica e canoa polinésia.

Tavo Calfat, natural de Niterói (RJ), 47 anos, desenhista industrial, velejador desde os sete anos e remador de canoa desde os 2007. Passou boa parte da vida em barcos à vela, já realizou travessias oceânicas e inúmeras travessias menores. Na canoa tem títulos na Volta de Ilhabela (SP) e Rei de Búzios (RJ) onde mora hoje em dia.

Daniel Gomez Gnone, 25 anos, natural do Rio de Janeiro. Engenheiro de Produção. Fundador do Granolas Mauka e remador do Calango Wa´A. Amante da natureza e do Va´A, tendo sido criado em contato com o mar, desenvolve projetos de reciclagem de plástico para a produção de peças para navegação.

Barbara Guimarães, de 29 anos, nasceu em Sto. André (SP), se radicou e, Vitória (ES), é oceanógrafa, instrutora e atleta de Va´A, do clube CPP Extreme . Apaixonada por canoa havaiana e com experiência de longas travessias.

História da Canoa Havaiana

Canoa Havaiana ou Polinésia, são nomes para determinar o esporte que surgiu na região polinésia e que originalmente é conhecido como Va´A, Wa´A ou Waka. A cultura da canoa existe há mais de 3 mil anos e elas foram inicialmente usadas pelos povos polinésios com a necessidade de colonizar novas terras na região polinésia, conjunto de ilhas do Pacífico que incluem Tahiti, Havaí.  

Os povos polinésios usavam canoas como meio de transporte entre as ilhas e cada povoado construía suas canoas com características locais. No Havaí, que possui mar agitado, as canoas possuem curvatura de fundo envergada, e no Tahiti, as canoas possuem formato mais alongado e cockpit fechado.
No Brasil a cultura da prática do esporte da canoa havaiana ou polinésia só aumenta no decorrer dos anos para travessias, expedições e competições com destaques para clubes de canoas no litoral do Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo. Somente em Niterói (RJ) são 33 clubes de canoa com cerca de dois mil remadores. No Espírito Santo são 21 clubes, cerca de 1.500 remadores.

Por Gallas Press


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