#Mulheresquetransformam: elas estão na indústria e inspiram outras a alcançarem o protagonismo

A Findes possui 74% dos seus cargos de gestão ocupados por mulheres. Elas também representam 62% da força de trabalho das seis entidades integrantes da Federação

As transformações do mundo passam também pelas transformações das mulheres. Ao longo da história, diversos movimentos foram realizados em busca de respeito e igualdade de direitos, celebrados neste dia 08 de março, o Dia Internacional da Mulher. Com as mudanças em seus diversos papeis sociais, aos poucos, passou a ser possível encontrar mais mulheres em posições que majoritariamente eram ocupadas pelo sexo masculino, como os de liderança, principalmente em empresas com cultura organizacional mais avançada e que valorizam a diversidade.

É consenso no mercado que as lideranças femininas têm grande potencial transformador dentro das empresas: oxigenando, diversificando os pontos de vista na tomada de decisões e dando mais visibilidade para questões de gênero no cotidiano de colegas de equipe ou mesmo na relação cliente-prestador de serviço. Um estudo do McKinsey Global Institute publicado pela Revista Exame projetou o impacto financeiro de um cenário com participação plena das mulheres no mundo dos negócios: os ganhos no PIB mundial chegariam a US$ 28 trilhões até 2025.

No ano passado, a Organização das Nações Unidas (ONU) lançou o movimento “Equidade é Prioridade” para estabelecer metas claras para que as empresas aumentem a quantidade de mulheres em cargos de alta liderança. Pela iniciativa, empresas interessadas devem assinar um compromisso que estabelece uma meta de 30% de mulheres em cargos de alta liderança, a partir de gerente-sênior, até 2025 e, opcionalmente 50% até 2030.

E na Findes e suas entidades o protagonismo das mulheres no setor privado é visível. Muitas são as mulheres que estão transformando o mercado em diversas áreas: tecnologia, educação, finanças, empreendedorismo, cultura e economia. São mulheres que estão abrindo caminhos, puxando outras, incentivando, inspirando e dizendo a todas: Mulheres transformam.

Seguindo a tendência mundial da igualdade de oportunidades, a Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) possui 74% dos seus cargos de gestão ocupados por mulheres. Elas também representam 62% da força de trabalho de suas seis entidades integrantes. Dos 1.484 colaboradores, 913 são do sexo feminino.

Liderança

A Findes, pela primeira vez em quase 63 anos, é liderada por uma mulher, a presidente Cris Samorini, que construiu sua carreira no setor gráfico e se consolidou como importante líder industrial capixaba à frente de um dos empreendimentos mais antigos do Estado: a Grafitusa.

“Eu comecei bem nova na empresa da família. Desde o início, comecei a entender e passei por várias etapas do seu processo industrial. Fui me aprimorando, principalmente na parte técnica, porque sempre gostei muito do processo industrial da indústria gráfica. O meu mercado sempre foi masculino e eu rompi isso. Ser mulher nunca foi uma problemática construída na minha cabeça”, conta Cris sobre sua trajetória.

Entre as líderes da Federação, está Marília Gabriela Silva, gerente do Observatório da Indústria do Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do Espírito Santo (Ideies). Doutora em Economia, ela conta que, na condição de mulher negra, precisou aprender cada vez mais e melhor para ser ouvida. “Eu aprendi muito rapidamente que precisava ir bem em tudo que eu fazia. A condição de mulher negra me fez entender cedo que eu precisava aprender alguma forma de falar, de argumentar, de me expressar, que me fizesse ser ouvida”, relatou.

Nas instituições de ensino que integram a Federação, Sesi e Senai, as mulheres também transformam as vidas dos alunos e seguem sendo inspiração também para as meninas que passam por lá. Mulheres como a instrutora do Senai, Ana Paula Ferreti. Ela fez carreira em áreas dominadas pelos homens e também quebrou paradigmas. “Há uns 20 anos, tive contato com a área elétrica e mecânica, dando manutenção em máquinas de sorvetes. Percebendo a habilidade de realizar atividades manuais, resolvi procurar o Senai em 2004 para me aperfeiçoar. A aceitação do público masculino e o respeito foram grandes desafios. Porque não era, e ainda não é, comum mulheres eletricistas”, observou.

Indústria

A origem do Dia da Internacional da Mulher passa pela indústria. A data remete a luta de mulheres que trabalhavam em fábricas nos Estados Unidos e em alguns países da Europa. A inserção do sexo feminino no setor produtivo se deu ainda na Revolução Industrial, no século XVIII. Foi no século XX que houve uma maior organização das mulheres em busca de direitos, o que possibilitou a inserção cada vez maior delas no mercado de trabalho. O crescimento da industrialização no Brasil se estabeleceu como um dos grandes responsáveis por esta inclusão. Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), as mulheres estão mais presentes nas vagas de emprego, embora ainda abaixo dos homens.

No Espírito Santo, por exemplo, as mulheres representam 19,9% dos trabalhadores formais na indústria, segundos dados levantados pelo Ideies, com base no ano de 2019. Ou seja, o domínio continua sendo o masculino. O setor de confecção de artigos do vestuário é o que emprega proporcionalmente mais mulheres: 67,7%. Já o setor que emprega em números totais a maior quantidade de mulheres é o de fabricação de produtos alimentícios: 8.924.

Ainda assim, encontramos mulheres que transformam a realidade da hegemonia masculina e conquistam o sucesso. Zilma Bauer Gomes está à frente de uma empresa e encara o desafio de ser empresária num cenário dominado por homens. Ela é diretora administrativa da Ervas Naturais.

“Meu desafio é encontrar o equilíbrio de ser empresária neste mundo de homens. Ser mulher, na minha história, na trajetória da empresa e onde nós chegamos hoje, só foi positivo. Lógico que para a mulher as condições sempre foram diferenciadas, mas no meu caso, só me ajudou”, relembra.

Campanha

Neste dia 08 de março, a Findes lança a campanha #MulheresqueTransformam. Pelos canais internos e redes sociais, a Federação contará durante a semana histórias de dez mulheres, entre líderes empresariais e colaboradoras de suas entidades, que fizeram a diferença na indústria capixaba e inspiram outras mulheres a alcançarem o protagonismo de suas vidas. Fiquem ligados!

Por Fiorella Gomes


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