Economia capixaba cresce +3,3% no 4º trimestre de 2020, mas acumula queda de – 5,1% no ano

Os dados do Produto Interno Bruto (PIB) capixaba foram divulgados, na tarde desta quarta-feira (17) | Foto: Divulgação

A atividade econômica do Espírito Santo encerrou o ano de 2020 com retração de -5,1% na comparação com o ano anterior, sentindo fortemente os efeitos da primeira onda da pandemia do novo Coronavírus (Covid-19), ocorrida entre os meses de abril e junho. A boa notícia vem dos sinais de recuperação que ocorreram no terceiro e quarto trimestres, com avanços de +9,8% e +3,3%, respectivamente, contribuindo para a desaceleração do ritmo de queda, em termos acumulados.

Os dados do Produto Interno Bruto (PIB) capixaba foram divulgados, na tarde desta quarta-feira (17), pelo Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), em transmissão ao vivo pela internet. O evento contou com as presenças do diretor de Integração e Projetos Especiais do IJSN, Pablo Lira, e do coordenador de Estudos Econômicos, Antônio Ricardo Freislebem da Rocha, além da participação especial do diretor-presidente do Banestes, José Amarildo Casagrande.

Apesar da retração apresentada na comparação do acumulado com o ano anterior, segundo o IJSN, a atividade econômica estadual tem demonstrado sinais de recuperação quando comparados os dados do trimestre imediatamente anterior (+3,3%) e na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior (+0,2%), revertendo uma sequência de seis quedas consecutivas.

Em valores correntes, o PIB nominal do Espírito Santo no quarto trimestre de 2020 chegou a R$ 36,9 bilhões, o maior já registrado na comparação trimestral desde o início de 2017. Já em valores acumulados, a estimativa chegou a R$ 139,5 bilhões nos quatro trimestres do ano.

De acordo com o diretor de Integração do IJSN, Pablo Lira, o resultado apresentado no quarto trimestre de 2020 sinaliza que o Espírito Santo cresceu, mas ainda sentindo os impactos da pandemia. “No acumulado do ano, o resultado capixaba foi menor que o nacional, explicado principalmente pelo alto grau de abertura da economia capixaba e sua ligação com o total de exportações e importações em relação ao PIB”, explicou.

Pablo Lira falou ainda sobre a tendência de recuperação para 2021 e as perspectivas positivas para o crescimento em setores estratégicos. “Considerando outras crises causadas por condicionantes externas, o Espírito Santo tende a se recuperar mais fortemente que o Brasil. Com o desempenho positivo do comércio, da atividade industrial – em especial, a de papel e celulose, e a retomada da Samarco, aliado ao Plano Espírito Santo Convivência Consciente, que prevê investimentos robustos por parte do governo do Estado até o ano de 2022 –, temos motivos para enxergar números ainda melhores no próximo ano”, afirmou.

Resultados

O setor de Serviços foi o que mais sentiu as perdas causadas pelas medidas de distanciamento social, sofrendo retração de -7,4% em 2020. A queda abrangeu todos os seus segmentos sendo mais intensa em Serviços prestados às famílias (-32,0%) e Serviços profissionais, administrativos e complementares (-9,7%). A Industria geral acompanhou o movimento de queda no ano, com retração de -13,9%.

Já o Comércio Varejista Ampliado, cujo volume vinha crescendo a taxas acima de +5,0% no acumulado de quatro trimestres até dezembro de 2019, fechou o ano de 2020 com expansão de +4,0%. O aumento foi puxado pelos avanços em Material de construção (+59,5%) e Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (+9,3%). Por outro lado, os segmentos que mais sofreram retração foram os de Livros, jornais, revistas e papelaria (-18,9%), Combustíveis e lubrificantes (-9,1%), Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-5,5%) e Veículos, motocicletas, partes e peças (-4,9%).

No setor agrícola, sete dos dez principais produtos da Agricultura Capixaba apresentaram aumento de produção, sendo eles: café arábica (+51,0%), banana (+1,5%), mamão (+8,8%), pimenta-do-reino (+7,9%), cana-de-açúcar (+0,8%), cacau (+2,0%) e coco (+0,7%). Em contrapartida, café-conilon (-12,2%), tomate (-8,5%) e abacaxi (-16,3%) registraram retração.

Banestes

O Banco do Estado do Espírito Santo (Banestes) focou no ano de 2020 em atuar no apoio à economia local, com o objetivo intrínseco da redução dos impactos da pandemia nos vários setores da economia capixaba. O período foi marcado pelo lançamento de soluções de crédito emergencial e de outros instrumentos de auxílio. Ao todo, foram concedidos mais de R$ 481 milhões em crédito emergencial, em mais de 14,3 mil operações.

O Banestes disponibilizou ainda soluções como a carência de até 180 dias em operações de crédito, tanto para clientes pessoa física (PF) quanto para pessoa jurídica (PJ), e alongamento/repactuação de operações de crédito de até cinco anos, o que representou um volume superior a R$ 941 milhões em reparcelamento de crédito.

Fizeram parte do pacote de medidas de apoio à economia capixaba novas condições de taxas de juros, isenção de juros no Cheque Especial PF para 15 dias, isenção na cobrança de juros para pagamentos de contas de consumo e de tributos via cartão de crédito Banescard e redução de juros do parcelamento da fatura dos cartões de crédito Banescard e Banestes Visa.

Segundo o diretor-presidente do Banestes, José Amarildo Casagrande, o ano de 2020 apresentou um cenário inédito de desafios na esfera mundial, com a pandemia da Covid-19.

“O Banestes, o Banco do Estado do Espírito Santo, o verdadeiro banco dos capixabas, focou suas ações em apoiar a economia estadual. Lançamos de forma ágil um portfólio completo de soluções de crédito, com o apoio do Governo do Estado, do Bandes e da Aderes. Fomentamos ainda outras ações de auxílio financeiro”, frisou Amarildo Casagrande.

O diretor ressaltou também os investimentos em tecnologia e a forte presença da instituição junto ao agronegócio. “Investimos também em prol do fortalecimento do agronegócio no Estado, um importantíssimo setor econômico, além de um conjunto de ações que se refletiram em resultados positivos para o banco e em benefícios diretos à sociedade capixaba”, pontuou.

Panorama Econômico

Na apresentação, o IJSN lançou ainda o Panorama Econômico do Espírito Santo, referente ao quarto trimestre de 2020. A publicação traz, de forma detalhada, os desempenhos setoriais registrados pelo PIB Trimestral em relação à Indústria, Comércio e Serviços, além de dados do Comércio Exterior, Inflação e Mercado de Trabalho.

Por Eduardo Rabello e Rafaella Rodrigues


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