Majeski defende debate em escolas

Majeski se solidarizou com professora intimidada por abordar temática LGBTQIA+ em escola | Foto: Ellen Campanharo

A importância do debate sobre política e outros assuntos muitas vezes tratados como tabu nas salas de aula foi o tema do pronunciamento do deputado Sérgio Majeski (PSB), durante a sessão ordinária híbrida desta segunda-feira (21). O parlamentar explicou que durante o tempo que exerceu o ofício de professor era muito comum abordar tais questões nas salas de aula. Afirmou ainda que jamais atuou com intenção de doutrinar ideologicamente ou impor suas opiniões.

“Nós não nos furtávamos de discutir temas altamente polêmicos nessas aulas como, por exemplo, união civil de pessoas do mesmo sexo, a liberação ou não de drogas, aborto, redução da maioridade penal, enfim, tudo isso que até hoje causa uma polêmica muito grande. E eram discussões muito interessantes, os alunos colocavam suas opiniões sobre isso, porque a ideia não era impor a opinião, mas refletir sobre isso e ouvir as múltiplas opiniões e visões”, afirmou Majeski.

O parlamentar questionou propostas que pretendem proibir a abordagem sobre esses temas nas escolas. “Por que não se pode falar? É na escola que se discute isso mesmo. E hoje, qualquer um desses temas polêmicos que venha se discutir nas escolas, imediatamente tem alguém dizendo que os professores estão doutrinando, estão ideologizando”, observou.

Majeski ainda citou o modelo educacional adotado na Finlândia como exemplo positivo a ser seguido. “A Finlândia é um dos países que revolucionou a sua história pela educação. A Finlândia tem hoje um dos maiores e melhores padrões de vida do planeta. A Finlândia, há 50 anos, era um país paupérrimo. Hoje tem grandes multinacionais e foi o caminho da educação”, comentou.

Métodos de avaliação

No discurso, Majeski ainda abordou pontos como o constante processo de evolução da educação e dos seus métodos de avaliação. Ainda tendo como exemplo o país do norte europeu, destacou que as provas não servem mais como critério de avaliação. “Se avalia o comportamento do aluno em relação às coisas, como por exemplo: como os alunos se comportam diante das diferenças sexuais, sociais, raciais, culturais. Como eles se portam, como eles se comportam, como é a relação deles com isso, olha que fantástico!”, celebrou o parlamentar.

Mais do que educar, Majeski avalia que a escola deveria se preocupar em formar cidadãos. “Qual é a ideia disso? De formar cidadania, de formar um sujeito que saiba respeitar o outro, o diferente. Não é uma questão de você gostar ou não, mas que você saiba respeitar”, complementou.

Professora ameaçada

Traçando um paralelo, o deputado citou um recente caso ocorrido em Vitória, onde uma professora de inglês foi ameaçada por um vereador e pela mãe de uma aluna, por ter passado uma lição com a temática LGBTQIA+. “Quero me solidarizar com a professora Rafaela, da Escola Renato Pacheco, em Jardim Camburi, pelos ataques que vem sofrendo. Ninguém tem o direito de entrar numa escola para ameaçar, humilhar, xingar, exigir ou acuar professores”, salientou.

O professor finalizou explicando que os inconformados devem procurar resolver as coisas pelos caminhos legais e, sobretudo, de maneira civilizada. “Caminhos legais, racionais e civilizados, para resolver qualquer descontentamento, seja de quem for, existem aos montes. Não cabe a ninguém, de forma nenhuma, tentar acuar professores, sobretudo aqueles que nada entendem de educação. Então fica aqui a minha solidariedade a essa professora, concluiu.

Por João Caetano Vargas


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