Criança e adolescente: 71 homicídios em 2021

Dados estaduais referentes aos meses de janeiro a agosto foram apresentados pelo deputado Delegado Danilo Bahiense

Presidente do colegiado apresentou dados sobre violência contra crianças e adolescentes | Foto: Ellen Campanharo

De janeiro a agosto de 2021, as estatísticas revelam que ocorreram 71 homicídios contra crianças e adolescentes no Espírito Santo, com média de um registro a cada três dias. Os números foram apresentados pelo presidente da Comissão de Proteção à Criança e Adolescente e de Política sobre Drogas da Assembleia Legislativa (Ales), deputado Delegado Danilo Bahiense (sem partido), em reunião realizada nesta quarta-feira (22). 

Foram 24 casos contra jovens de 17 anos de idade; 20 contra os de 16 anos; e 12 contra adolescentes de 15 anos. Na faixa de 13 a 14 anos, foram quatro homicídios para cada idade. Entre as crianças de 1 a 10 anos, aconteceram sete homicídios. A violência foi registrada em maior número nos municípios de Cariacica, Serra, Vila Velha, Linhares e Vitória. As informações são da Secretaria de Estado da Segurança Pública e Defesa Social (Sesp). 

Bahiense ponderou que, apesar do respaldo das leis de proteção à criança e ao adolescente, a violência acontece no interior e fora da família, da escola e das instituições, e destacou o trabalho que o colegiado vem fazendo para debater a problemática.

Diante do alto número de casos de violência, tanto em função da pandemia como dos problemas estruturais recorrentes na sociedade, o colegiado convidou especialistas da área de segurança para expor alguns aspectos que envolvem esse segmento social. 

Polícia Federal

Representando o superintendente regional da Polícia Federal no Espírito Santo, o delegado Expedito Jorge Tavares enfocou a questão do envolvimento das crianças com as drogas. Ele atribuiu esse envolvimento precoce à fragilidade das famílias. Segundo ele, a criança aprende a conviver com as drogas se espelhando nos pais. 

Para o delegado, as políticas públicas têm que ser dirigidas principalmente às famílias, educando, incentivando e estimulando as crianças para o esporte e a saúde. “Nossa preocupação é o fortalecimento das famílias e das escolas. A escola não deveria se preocupar em passar somente o ensino formal, mas também os valores morais” opinou. 

Bahiense perguntou como a força-tarefa da Polícia Federal poderia ajudar o Estado no combate à violência contra crianças, adolescentes e idosos. Tavares respondeu que por meio do combate e desorganização dos grupos criminosos, que, assim, perdem força para aliciar a juventude.

Educação 

Representando o Conselho Estadual Sobre Drogas (Coesad), o coronel da Polícia Militar José Carlos Fiorido também destacou, entre outros pontos, a importância de uma educação integral. Ele ressaltou a necessidade de educadores capacitados, que ensinem os valores de solidariedade, fraternidade, respeito ao próximo e cidadania. 

Pedofilia

O titular da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Cibernéticos, delegado Breno Andrade, falou sobre a prostituição infantil por meio da internet. Ele ressaltou que durante a pandemia ocorreu um aumento do uso de plataformas digitais e, consequentemente, houve aumento de compartilhamento de imagens íntimas e pornográficas de crianças. 

Andrade disse que a delegacia está usando uma nova ferramenta que vai melhorar a busca de tais crimes. Ele também recomendou que os pais conversem mais com os filhos, porque a criança só externa o crime quando ele já está bem avançado. Além disso, sugeriu a utilização de formas de controle no computador para monitorar o acesso da criança à rede. “O trabalho preventivo é mais importante que o repressivo”, concluiu.

Proposição analisada

Durante o encontro, a comissão aprovou o Projeto de Lei (PL) 447/2019, de autoria do deputado Gandini (Cidadania), que altera a Lei 9.615/2011, que dispõe sobre a afixação de cartazes informativos nos postos de combustíveis e nos restaurantes localizados às margens das rodovias estaduais, alertando condutores de veículos automotores sobre os riscos de dirigirem sob efeito de álcool, drogas e medicamentos. 

Por Aldo Aldesco


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