Papel de destaque que a ex-deputada e conselheira do Tribunal de Contas teve na política foi lembrado em discursos
Repercutiu amplamente no Plenário durante a sessão ordinária híbrida desta segunda (22) o falecimento, aos 90 anos, da ex-deputada Maria José Vellozo Lucas.
Mariazinha, como era conhecida, atuou no parlamento capixaba de 2003 a 2007. Era conselheira aposentada do Tribunal de Contas (TCE-ES) e ocupou pasta no Executivo durante a gestão do ex-governador Élcio Álvares.
A morte dela, ocorrida nesta madrugada, foi comunicada em rede social pelo filho, o ex-deputado federal e ex-prefeito de Vitória, Luiz Paulo Vellozo Lucas.
Nome na história
O primeiro vice-presidente da Casa, Deputado Marcelo Santos (Podemos), destacou que Mariazinha era, acima de tudo, uma intelectual, e ajudou muito o Espírito Santo, pois a capacidade de interpretar os fatos fazia dela uma política diferenciada.
Iriny Lopes (PT) lembrou a importância da atuação de Mariazinha também no TCE-ES, ajudando, na função de conselheira, o movimento denominado “Reage Espírito Santo”, que teve papel de destaque no combate ao crime organizado no estado, no ano de 1999. “Tivemos acesso a documentos importantes (do TCE), que foram fundamentais para aquele trabalho (de investigação)”, relatou Iriny.
Janete de Sá (PMN) enalteceu a memória da ex-parlamentar ao frisar que Maria José Vellozo Lucas dignificou o gênero da mulher nos espaços de poder do Espírito Santo. “Fui deputada com ela aqui na Casa. Uma mulher que se pautava pela austeridade, pela ética; ela era vibrante, correta e muito leal”, relembrou.
Torino Marques (PSL) afirmou que Mariazinha foi uma figura marcante na política capixaba por quase meio século, e acrescentou que o amplo conhecimento que ela dominava vinha de berço, pois era neta de Thiers Velozo, fundador do jornal A Gazeta.
Já o deputado Dr. Emílio Mameri (PSDB) disse que Maria José Vellozo Lucas foi uma mulher de fibra e ressaltou o importante legado deixado, não só na política, mas em várias atividades no estado.
Theodorico Ferraço (DEM) fez questão de destacar que conheceu Mariazinha muito de perto pois, além de deputada, ela foi secretária de Estado na gestão do ex-governador Élcio Álvares, governo do qual ele também fez parte. “Hoje pela manhã tive conhecimento desse fato que me deixou muito triste; ela escreveu sua história nas páginas da história do Espírito Santo, pois era austera e muito competente”, descreveu.
Pergentino
Também repercutiu nos pronunciamentos o falecimento, aos 96 anos, do empresário e professor Pergentino de Vasconcellos. Avô do deputado Renzo Vasconcelos (Progressistas), ele foi o fundador, em Colatina, do Centro Universitário do Espírito Santo (Unesc) e do Hospital e Maternidade São José, além da Casa do Menino, instituição filantrópica que abriga menores. Pergentino faleceu na última quinta-feira (18), em Colatina.
Ferraço afirmou que Pergentino deixou uma história admirável não só em Colatina, mas em todo o estado, e agora o neto Renzo Vasconcelos é um dos que o sucedem nesse legado.
Bruno Lamas (PSB) solicitou que houvesse a inclusão de uma pauta extra na sessão para dar conhecimento ao Plenário de dois projetos que apresentou propondo homenagem a Pergentino. Marcelo Santos, que presidia a Mesa na ocasião, anunciou que na sessão plenária desta terça (23) as duas matérias estarão incluídas na Ordem do Dia para deliberação.
O requerimento trata do Projeto de Resolução (PR) 28/2021, que cria a Medalha Pergentino de Vasconcellos, destinada a homenagear professores e empresários do ramo de saúde e educação; e do Projeto de Lei (PL) 778/2021, que dá o nome do falecido a trecho de quatro quilômetros da rodovia estadual (ES-080), entre a ponte Florentino Avidos até o entroncamento com a rodovia federal (BR-259), em Colatina.
Raquel Lessa (Pros) e Dary Pagung (PSB), que estiveram no velório de Pergentino, destacaram a importância do saudoso empresário e professor na vida social colatinense e nos investimentos nas áreas de saúde, educação e assistência social.
O deputado Freitas (PSB) classificou o empresário como desenvolvimentista, e lamentou a perda, pois, segundo destacou, Pergentino era um visionário, tinha pensamento à frente de seu tempo.
Renzo Vasconcelos agradeceu aos deputados que puderam ir ao velório do avô dele e a todos os que se manifestaram durante os pedidos de minuto de silêncio. Fez um agradecimento especial a Bruno Lamas pelos dois projetos elaborados que homenageiam Pergentino.
O deputado relatou estar muito emocionado, mas disse que não poderia deixar de agradecer tudo o que o avô significa na vida dele, pois foi Pergentino quem o inseriu nos negócios da família, levando-o para trabalhar em propriedades rurais, no Hospital São José e na Unesc. “Tudo o que tenho hoje devo a meu avô, tanto na parte do caráter como na vida escolar e no mercado de trabalho”, agradeceu.
Também lamentaram as mortes de Mariazinha e Pergentino os deputados Sergio Majeski (PSB), Delegado Danilo Bahiense (sem partido), Dr. Rafael Favatto (Patri) e Alexandre Xambinho (PL).
Por Wanderley Araújo
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