Conheça a história da atriz que virou auxiliar de serviços gerais e agora vai se formar professora

Na semana do Dia Internacional da Mulher (8 de março), confira a trajetória de superação de Lucinete Cândida Pereira, ex-auxiliar de serviços gerais do Centro Educacional Primeiro Mundo que agora atua em sala de aula na unidade que limpava.

Lucinete nasceu em Pinheiros (Norte do Espírito Santo) e se mudou para a Serra, na Região Metropolitana, aos 3 anos | Foto: P6 Comunicação

Lucinete Cândida Pereira é uma mulher, mas também é muitas outras. Nesta semana do Dia Internacional da Mulher (8 de março), conheça a história de superação que exemplifica os desafios enfrentados por muitas mulheres para sobreviver, cuidar da família e trilhar uma trajetória profissional. Foi como auxiliar de serviços gerais do Centro Educacional Primeiro Mundo que Lucinete decidiu ser professora. Hoje, ela atua dentro de sala de aula na mesma unidade em que, até o ano passado, cuidava da limpeza.

“Profissão tem que ter vocação. A melhor coisa que eu fiz na vida foi vir para o Centro Educacional Primeiro Mundo. Eu comecei na limpeza, mas ali minha paixão pela pedagogia foi aguçada. Faz um mês que estou como auxiliar de disciplina. Venho trabalhar muito feliz e tem muto tempo que não me sentia assim. Me formo professora em dezembro de 2022 e quero continuar na sala de aula junto com as crianças”, disse Lucinete, que também é formada em Artes Cênicas e dá aulas para crianças carentes em um projeto que mantém na Serra.

Para o diretor-geral do Centro Educacional Primeiro Mundo, Eduardo Cardoso, a trajetória de Lucinete é exemplo de como “a vocação, a determinação e o conhecimento podem mudar vidas”. Além disso, reforça o compromisso da instituição em ser ponte para que muitas mulheres encontrem suas vocações e oportunidades. “Acreditamos no trabalho das mulheres, que são a força e a alma das nossas escolas. Não por acaso, 85% do nosso quadro é formado por profissionais mulheres”, destaca.

Teatro e acidente

Lucinete nasceu em Pinheiros (Norte do Espírito Santo) e se mudou para a Serra, na Região Metropolitana, aos 3 anos. A mãe lavava roupas para fora. Com o pai, não teve contato. Mudou-se para a casa de uma tia, no Rio de Janeiro, para estudar, e se formou em Artes Cênicas na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), além de fazer tablado na Casa das Artes de Laranjeiras (CAL).

“Larguei tudo que fazia no Rio para cuidar da minha mãe, que estava doente na época. Foi quando voltei que conheci meu marido e fiquei de vez no Espírito Santo”, lembra ela, que perdeu o marido em um acidente doméstico.

“Quando fiquei viúva, meu filho Ryamm Pietro tinha só 3 anos. Vendi o que tinha para não ficar com dívidas, mas fiquei sem dinheiro. Foi assim que comecei a trabalhar na escola como auxiliar de serviços gerais para poder sustentar meu filho. Não foi fácil, mas quem diria que, dessa forma, eu encontraria o caminho da minha vocação como professora! O Primeiro Mundo é uma escola que dá oportunidade de crescimento. Peço a Deus sabedoria para poder continuar nessa profissão para o resto da vida”, conta.

Além da rotina na escola e das aulas na faculdade de Pedagogia, nos finais de semana Lucinete mantém um projeto social em Jacaraípe (Serra), que une arte e pedagogia. “Dou aula de Teatro para crianças carentes e, dessa forma, mantenho vivo o projeto que eu já fazia no Rio de Janeiro”, lembra ela, que dava aulas de Teatro no antigo Circo Voador (Rio de Janeiro/Lapa).

Recomeçar

Hoje com 45 anos, Lucinete sabe que sua história de vida pode ajudar outras mulheres a superarem os seus desafios diários. “Conto minha história para que seja inspiração para aqueles que não sabem por onde recomeçar. Acreditem que, com força, coragem e perseverança, tudo pode acontecer!”, finaliza.

Por Flávio Borgneth | P6 Comunicação


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